Gralha Marx
Nossa caminhada inicia nos idos de 2014, depois do fatídico ano do “quase acesso”. Naquele ano já enxergávamos que o futebol paranista, seguindo uma tendência mundial, caminhava para uma elitização da arquibancada e um distanciamento do seu real protagonista: o torcedor.
Antes queremos deixar claro que não viemos para disputar espaço. Não nos caracterizamos como uma torcida organizada, e sim como um coletivo de torcedores. O que queremos é inserir a discussão marxista nas arquibancadas, buscando inovar a mudar um pouco desta visão conservadora que a sociedade tem do futebol (e seus torcedores). Ainda vivemos numa esfera cheia de preconceitos raciais, étnicos e sexuais. E em face da elitização gradativa do futebol brasileiro, a Gralha Marx veio para tentar fazer história.
Não só o amor ao Paraná Clube nos une. Queremos inserir dentro do clube um anseio por continuidade de pensamento em relação à torcida. A nossa proposta é trazer discussões de cunho social para a arquibancada e democratizar o clube ainda mais. A presença do povo na arquibancada, daquele trabalhador que muito se esforça e pouco recebe em troca, é essencial. O futebol acaba sendo um dos prazeres do povo, e a sua elitização acaba afastando o trabalhador dos campos. Não é mais surpresa ver os estádios vazios, mandos de campo sendo decididos por fatores unicamente econômicos e ingressos que ultrapassam o bom-senso de cada um, além do império formado pela (ultrapassada) imprensa televisiva, CBF e grandes clubes, que passam em cima de qualquer outro clube de futebol que não esteja alinhado politicamente com eles. A ideia também é discutir ações extra-campo, como políticas de inclusão social dos mais necessitados por meio do esporte e defender o direito coletivo à saúde, educação, mobilidade frente a onda conservadora que assola o continente sul americano.
Agradecemos aos camaradas da Paranautas pelo espaço aberto. Utilizaremos esta coluna como uma forma de expor um pouco do debate que permeia nossas fileiras. Afinal, política e futebol se confundem e devem ser debatidas seriamente, ao contrário da velha máxima popular de que isto não deve ser discutido.
A luta por um futebol moderno mais justo com os torcedores começa agora e não tem previsão para terminar.
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*Nota: O conteúdo postado neste espaço (colunas) é de responsabilidade exclusiva do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Paranautas sobre os temas aqui abordados.
Por que o nome escolhido foi Gralha Marx?