A Gralha e o chouriço

ventura

Na terra da lingüiça, enchouriçaram o Paraná.

E não era para menos. Os caras, lá, entendem de estufados desse tipo. O tricolor se apresentou, todo faceiro, achando que podia ganhar dos “compadres” egressos dos próprios quadros, no momento em que desejasse, mas, o que se viu, é que, na esteira da matança, quem é esperto, de verdade, não vira lingüiça e, mesmo aqueles de “sangue bom”, viram chouriço.  O Tricolor achou que poderia “cozinhar o galo”, após cada gol feito por nós, mas deixou desandar o “angu” e teve que engolir o resultado, colocando-se no mesmo nível, ao final, dos mererés que já estiveram em nossas hostes, mas que souberam sobrepujar a nossa superioridade na partida.

Análise fiscalizatória prévia não atestou tamanha qualidade nos produtores de lingüiça, mas também não evitou que, mesmo sem muita condição, eles nos empastassem e socassem dentro do encalacro de um chouriço. E é onde nos vemos, agora, mais do que quando enfeitiçados pelo índio Guarani e do que quando derrubados pela esperteza leporina do América. Na disputa de nove pontos, auferimos somente dois, suficientes para nos mantermos presos, enchouriçados, até que alguém estabeleça uma solução de continuidade deste estado de coisas, para que não nos vejamos, mais uma vez, à beira de um frigir de ovos e salamíneos, a ser saboreado por todos, em ano que pensávamos ser de redenção e refrigério de luz e de paz.

Fiquemos espertos, pois, para que não sejamos presas fáceis de qualquer predador, seja do tipo vira-latas ou mesmo ‘poodle’, doravante. Usemos as lições tomadas com o “Bugre”, com o “Coelho” e com o time “compadre-linguiceiro”, para que não reentremos na esteira do sacrifício, já vivenciada tantas vezes e que leva à morte vil, para uso nos rituais de execração, levados a efeito por nosso contendores, louquinhos para desfrutarem de um churrasquinho de Gralha, seja ‘in natura’, na forma de lingüiça ou de chouriço.  Nem ‘in natura’, tampouco qual lingüiça ou qual chouriço. Queremos a Gralha viva, atuante, devastadora dos invejosos de sua semeadura, há anos em declínio, para nossa tristeza.

Henrique, o Sênior  –  04.06.2012.

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