PaiRanista

ventura

Olá. Hoje eu, Henrique “Caniggia”, invado novamente o espaço destinado à coluna semanal (era pra ser, né) do meu pai. Mas por um motivo simples e, ao mesmo tempo, especial. Foi o melhor modo que encontrei de homenageá-lo neste Dia dos Pais.

Essa semana estive conversando com um colega, lembrando da primeira vez que fui a um estádio de futebol. Foi na Vila mais querida do mundo.  Eu e meu pai chegamos ao estádio e eu me assustei porque já havia um jogo em andamento. Perguntei ao meu pai “Pai, a gente chegou atrasado?” e ele prontamente respondeu que não, que aquilo era uma preliminar (na época eu sequer tinha idéia do que era isso) e, após consultar um outro torcedor ao lado, me respondeu que era o time Junior do Paraná jogando contra o Vila Fanny. O jogo do time principal era contra o Batel de Guarapuava, que vencemos por 3×1.

Mas a primeira vez que lembro claramente que identifiquei no meu pai um herói foi no primeiro título que vi em campo. Era no jogo do bicampeonato paranaense na Vila Olímpica (a.k.a. La BomBoquera), eu tinha uns quatro ou cinco anos. Pouco antes do apito final, depois daquele jogo tenso, em que Adoilson havia perdido um penalty e Ney Santos fez o gol do título quase no fim do jogo, meu pai me pegou no colo e começou a correr, junto com mais um pessoal. Perguntei o que estava acontecendo e ele, ofegante, respondia: “Você já vai ver”. Demos a volta nas arquibancadas e chegamos no acesso ao gramado. O juiz apitou e, logo em seguida, invadimos o campo. Guardo até hoje a recordação da gente correndo sem rumo no gramado do Estádio Erton Coelho Queiroz, do meu pai rindo sem parar de um tombo que o goleiro Régis tomou ao fugir da multidão ávida por uma recordação do título, da comemoração nas ruas voltando para casa. Ali meu paizão terminou de consolidar minha paixão paranista.

Ontem pude vibrar mais uma vez com o Tricolor na Vila e celebrar a paixão por esse time que toma boa parte do meu tempo.  Só que meu pai, por motivos de viagem não estava em Curitiba e eu não pude compartilhar com ele a alegria de uma goleada. E ali eu pude imaginar um pouco da tristeza e da saudade que os amigos paranistas devem sentir dos seus pais que já se foram. Percebi e reiterei a mim mesmo que quero aproveitar cada momento ao lado do meu pai.

Pai é exemplo pra gente em tudo, e é evidente que esse exemplo se reflete na paixão futebolística que eles, via de regra, nos transferem.  Um pai nos ensina vários caminhos da vida e tenta mostrar o que ele considera melhor. Com o paranismo não é diferente.

Hoje eu também sou pai e tenho a extrema felicidade de ver minha filha indo pelo mesmo caminho do paranismo, completando mais uma geração tricolor. Quatro, desde o meu vô, passando pelo meu pai e por mim, até a minha filha, que já grita “Gol Paraná” quando vê algo azul e vermelho.

Pai, obrigado por tudo que você já fez por mim até hoje. Em especial, por ter me ensinado a torcer pelo NOSSO Paraná Clube e por compartilhar essa paixão comigo. Feliz Dia dos Pais.

E Feliz Dia dos Pais a todos os pais paranistas também. Que vocês consigam ser para os seus filhos o que vocês sempre gostaram que seu pai tenha sido para vocês.



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*Nota: O conteúdo postado neste espaço (colunas) é de responsabilidade exclusiva do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Paranautas sobre os temas aqui abordados.