Reavaliação

ventura

Ainda somos favoritos ao acesso. Temos o técnico revelação do Brasil de 2013, um elenco capaz de preencher cada lacuna do campo em todos os jogos e atingimos um ponto de sintonia entre time e a torcida presente capaz de ganhar resultados no grito, como já aconteceu quatro vezes nessa série B. Porém, as atuações recentes convidam a comissão técnica a reavaliar alguns aspectos na montagem do time titular.

Dado Cavalcanti tem usado, ao longo do campeonato, vários esquemas táticos, a maioria deles de forma bem sucedida, transformando o time numa metamorfose que, posteriormente, em uma coluna no final do campeonato, pretendo analisar e chamar de “Borboleta de cabra macho”. Mas a última mudança significativa parece ter perdido seu efeito.  Jogando em um esquema com três atacantes desde a negociação frustrada de Rubinho, o Paraná até engatou uma sequencia de quatro vitórias, depois de uma vitória contra o Boa e um empate contra a Chapecoense. Mas, em duas delas, o time apresentou-se mal, perdendo o meio de campo e sem poder de agressão contínua à defesa adversária, com a transição prejudicada, conforme pode-se constatar abaixo. E, por fim, vieram duas derrotas.

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Com os dois volantes marcando e saindo e Fernando Gabriel segurando muito a bola, a defesa adversária recompõe-se com mais tempo e tem a chance de antecipar as enfiadas de bola. Assim, perde-se a sobra e abre-se um buraco no meio. Os laterais ficam sem jogar e os três atacantes “batem cabeça”, pois com os três abertos a bola chega “quadrada” à frente quando um deles não retorna para compor o meio de campo e chamar o jogo.

Some a isso péssimas atuações de Paulinho (que já jogou muito bem em outras oportunidades), Kayke, Edson Sitta, Cambará e Felipe Amorim e… ~voilá~! Temos um espelho de como jogávamos quando Toninho Cecílio era o técnico.

Talvez, realmente, seja o caso de nosso treinador reconsiderar utilizar o esquema que vinha dando certo no retorno da parada para a Copa das Confederações, conforme esboço abaixo.

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Nele, temos maior preenchimento de espaços no meio de campo e, nem por isso, precisaremos deixar de abrir um terceiro homem na frente, especialmente nos contra-ataques. Fica favorecida a transição entre as faixas do campo e a ultrapassagem dos laterais, além de um dos grandes passos para se manter a posse de bola: ganhar a sobra, a segunda bola.

No esboço, coloquei Henrique na lateral porque acredito que ele tenha mais potencial físico para atender às demandas do esquema; Wellington não foi incluído, mas tem, muito bem, condições de ser titular, seja no lugar de Lúcio Flávio, seja no lugar do segundo meia. JJ também pode ganhar uma vaga esporádica no ataque, é um de nossos artilheiros. Alex Alves, obviamente, pode jogar a qualquer momento na zaga.

Dado já mostrou que sabe detectar quando um esquema não vem dando certo e, por isso, acredito que ele vá mudar o time já para o próximo jogo. Na minha opinião, espero que para o esquema que já deu certo mais vezes, mas de qualquer modo confio na disposição tática que nosso treinador escolher.

O-R-G-U-L-H-O!

No jogo de sexta-feira, a Paranautas – a exemplo do que já havia feito a Torcida Fúria Independente – marcou seu nome na história do clube ao patrocinar o Tricolor.

Essa ação mostra o que é uma torcida realmente apaixonada. Mais efetivo do que se autodenominar “a torcida que nunca abandona”; “um bando de loucos”; “a torcida que segue em toda parte”; “a torcida que constroi” é fazer o que foi feito sexta-feira, o complemento de uma ação pioneira e inédita mundialmente.

Apesar de ser “só por futebol”, sinto orgulho de fazer parte da materialização de um sonho de 20 em 20 torcedores ferrenhos de qualquer parte do mundo, que é patrocinar seu clube do coração.

Independente de qualquer valor, que a torcida paranista entenda o real simbolismo do gesto: a mobilização não pode parar! Já passou da hora de voltar à série A, para nunca mais cair. O mínimo que cada paranista pode fazer é ir à Vila Capanema. Se esgotarem os ingressos, passar na loja e comprar um produto oficial, qualquer coisa. Mas o orgulho de ser paranista, tão ferido nos últimos anos, vem sendo curado e dá à gralha azul toda a cara de fênix!

Nós estamos ressurgindo, e ainda vamos voltar a incomodar muita gente. Mas ainda tem muito caminho pela frente. A luta é árdua e não para.

Vejo você na Vila!

Henrique Ventura

@henventura

Todos os domingos, aqui na Paranautas.



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