O legado negativo deixado ao Paraná Clube é extenso. Temos inúmeros problemas crônicos, tabus, várias feridas que precisam ser mexidas, mas que possuem correntes distintas dentro do clube. Uma dessas questões é a baixa quantidade de sócios adimplentes nas modalidades que o clube apresenta: Sócio Olímpico, Sócio Olímpico Individual (as duas que são previstas no estatuto) e Sócio Torcedor. Há uma corrente de torcedores, conselheiros e pessoas ligadas à diretoria que defende a extinção do Sócio-Torcedor ou sua unificação aos planos de Sócio Olímpico.
Que me desculpem os defensores dessa ideia (inclusive o nobre presidente deste portal), mas essa proposição, no momento, é um erro! O programa de Sócio Torcedor tem muitos erros, mas não pode acabar! Pelo menos, por enquanto. Não dá pra extinguir ou unificar agora.
Se a ideia dos defensores dessa medida é “forçar” a migração dos Sócios Torcedores à modalidade olímpica, ela está furada. O torcedor escolhe não ser sócio olímpico por uma série de fatores (valor da mensalidade, responsabilidade “vitalícia”, distância da sede, falta de atratividade, desconhecimento de como é vivenciar a parte social do clube), e não porque ele simplesmente “tem outra opção mais barata”. Tanto é verdade que proponho uma aposta, com quem quiser, de que, se essa ideia for para a frente, nem um terço dos atuais sócios torcedores adimplentes (e olha que não são muitos, hoje….) migra para a modalidade olímpica de modo forçado.
Eu entendo que, estatutariamente, os sócios “de verdade” do Paraná Clube são os Sócios Olímpicos, bem como também concordo que a melhor maneira, mais efetiva, no momento, de ajudar o clube e decidir seu futuro é também através de tal modalidade, pois só através dela pode-se votar, virar conselheiro e até presidente. Mas nem por isso vou deixar de batalhar por um dos pouco acertos que tivemos em nossa história recente, a criação do programa SemPRe Torcedor, que representa o carro-chefe da instituição.
E a grande realidade atual nossa é essa. O Paraná Clube é um todo. É social e futebol e é esse conjunto que deu a ele a grandeza que nos permitiu sermos apaixonados por essa instituição. E justamente por isso que o sujeito que se importa “só” com torcer (e, mesmo assim, com todos os “poréns” que conhecemos de nossa torcida), ele tem que ter a opção de se fidelizar de forma mais direcionada ao futebol, que é o carro-chefe do Paraná.
Todas nossas modalidades de sócio possuem falhas. Mas o Sócio Torcedor – talvez devido ao nariz torcido de diretorias anteriores e de parte dos conselheiros -, além de nunca ter sido testado com o time disputando série A e dando perspectivas de crescimento à torcida, sempre foi mal conduzido. A vantagem de se associar sempre se resumiu ao “pacotão de ingressos” e a um desconto simbólico na compra de produtos na loja do clube. Inclusive, foi pensando nisso que o clube buscou a parceria com a i9card, o que também considero um erro. A ideia era fornecer vantagens em uma rede de lojas ao associado, como um cartão de pontos de fidelidade. Porém, a rede de lojas ainda não é ideal e o valor da mensalidade ficou impraticável para o momento.
Poxa, o sócio em geral só precisa se sentir valorizado! Com o sócio-torcedor não é diferente. Mas o plano não oferece aos sócios ações com os patrocinadores (em 2009 e 2010, timidamente, algo foi feito nesse sentido, e só), tão pouco valorização e “recompensa” por adimplência ou frequencia nos jogos. Será que é tão difícil pro Paraná dar prêmios de acordo com o tempo de adimplência? Sei lá, uma camisa no fim do ano para quem é sócio há tempos, um kit para quem foi a todos os jogos, ou até mesmo um email automático de aniversário. Precisava onerar o clube e a mensalidade com uma parceria com uma empresa que não agrega tanto assim a mais?
Ou seja, o problema não é a existência do plano. É como ele é conduzido. Extinguir o programa de sócio torcedor agora é admitir que falta competência para fidelizar o torcedor e adotar uma atitude déspota para forjar de forma desesperada o quadro de sócios olímpicos. E se o clube pretende fazer com que mais sócios torcedores venham a aderir à modalidade olímpica, mais efetivo que “forçar” é convidá-lo a participar aos poucos da vida social do Paraná, permitir que ele tenha “amostras” de como é ser sócio olímpico e perceba por conta as vantagens existentes. E, não custa forçar um pouco a barra: não ia ser nada mal, na mudança estatutária, propor um direito de voto proporcional ao sócio-torcedor.
Se bem conduzidas, o clube pode ter inúmeras modalidades de sócio. Só precisa caprichar. E o torcedor também precisa fazer sua parte. Associar-se, seja como SemPRe Torcedor, seja como Sócio Olímpico.
Time
Tenho tentado ter boa vontade com Milton Mendes, mas ele não se ajuda. Ajeitou muito bem o esquema tático do time, mas tem mostrado uma péssima leitura de jogo no transcorrer da partida, com substituições risíveis. Parece que não confia no grupo e parece que os atletas estão percebendo isso. Sei não, hein….
Olho nele
Seguindo com as sugestões de possíveis reforços, hoje vão mais quatro nomes.
Luisinho – Lateral direito – Prudentópolis/PR: Lateral com extremo vigor na defesa e no apoio, muito técnico e com personalidade, além de variações de posicionamento. Uma ilha no fraco time da terra das cachoeiras, um nome muito considerável para uma posição carente do nosso atual elenco, já que Toty e Gerônimo são provas vivas de que só raça e vontade não bastam para jogar futebol, tem que ter qualidade também.
Xuxa – Meia-armador – Mirassol/SP: Surgiu como grande promessa há cerca de quatro anos. Habilidoso, de raciocínio rápido, joga de cabeça erguida e tem ótima visão de jogo. Já teve oportunidade em outros clubes maiores que o time paulista, mas “flopou”, é verdade. Mas, quem sabe, o Paraná não seja a chance de ele finalmente deslanchar em um time maior?
Douglas Grolli – Zagueiro – Londrina/PR: Foi destaque na Chapecoense campeã catarinense de 2012 jogando em um time com 3 zagueiros. O sucesso rendeu uma negociação com o Grêmio, que nunca chegou a a aproveitá-lo plenamente. Foi reemprestado a São Caetano e, agora, ao Londrina, buscando retomar o futebol que deu seu destaque. Vem mostrando bom serviço no Londrina, é um nome a se observar.
Bismarck – meia-atacante – Rio Branco/PR: Esse já tem vínculo conosco, mas é só pra lembrar que temos que exercer esse direito. O cara tá jogando muita bola no nosso “time B”. Rápido, habilidoso e decisivo.
Vejo você na Vila!
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Henrique Ventura
@henventura
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