Na última terça-feira, tivemos a renúncia de Rubens Bohlen à presidência do Tricolor. Com a saída dele, Luiz Carlos Casagrande – o Casinha – assumiu a presidência do clube de forma “tampão” e, portanto, abriu-se espaço para o aporte financeiro do auto intitulado grupo dos “paranistas de bem”.
Muitas pessoas – ligadas ou não a participantes do grupo – mostram uma empolgação perigosa com o fato, falando que começa uma “nova era” no Paraná Clube. Não digo que discordo, mas acredito que é muito cedo para cravar isso.
Há, de fato, pontos interessantes nessa “gestão grupal”. A curto prazo, o clube ganha um fôlego interessante para fechar 2015 sem maiores sustos e poder destinar seu escasso recurso a áreas comumente esquecidas pela instituição. Talvez seja uma das últimas oportunidades de se colocar a casa em ordem.
Mas o poço é mais fundo do que imaginamos. É urgente uma negociação com credores – incluindo o ato trabalhista – para que os recursos futuros não venham a ser bloqueados e para que o clube passe a ver a cor do dinheiro, pelo menos.
No futebol, a frieza de Vavá precisa ser monitorada. A garra e a paixão mostradas por quem vem vestindo nossa camisa precisa ser incentivada, e não preterida em favor de jogadores que venham “cagando” para nossas cores.
Enfim, essa mudança ocorrida na semana passada, festejada por muitos, não é motivo de comemoração. Mas sim de reflexão. Chegamos a um ponto de nossa história em que foi necessária a renúncia de um presidente honesto e extremamente paranista (enquanto já tivemos até torcedor do Inter/RS no cargo…) para que o clube pudesse ter sobrevida. Isso é triste e reflete o tamanho de nossa draga.
Vejo com certo alívio esse aporte novo, acredito que devemos continuar apoiando cada vez mais nosso clube e acreditar num futuro melhor. Mas temos de ter cautela, chamar isso de “uma nova era” pode causar uma certa expectativa que não sabemos se poderá ser atendida. Vale lembrar que essa sensação de “agora vai” foi a mesma que sentimos quando Rubens Bohlen assumiu.
Mas que tudo possa dar certo para o Tricolor. Se nós não acreditarmos, ninguém acreditará por nós.
Receita: Merda ao Curry
Nosso estado está nojento. Corroído, putrefato. Desde o governo, que parece não ter outras coisas com o que se preocupar e resolve retaliar pela PM um clube que emprestou seu estádio para uma categoria que fazia uma greve justa, até a federação de futebol que NUNCA ajudou seus clubes e agora ainda por cima resolveu atrapalhar também e mostra menos bom senso até mesmo que o Onaireves Moura.
A propósito, vai uma receita indiana pro domingão aí? Tenho uma bem simples. Eleja Helio Cury como presidente da FPF. Espere que os clubes cresçam. Espere sentado. Tá pronto, temos uma saborosa Merda ao Cur(r)y.
O classico de hoje podia sim ser no Janguito ou no Couto Pereira. Faltou bom senso. Helio Cury e Amilton Stival: vocês são inuteis, incompetentes e um atraso para o nosso futebol.
Valeu, Rubens
Rubens Bohlen pode ter cometido inúmeros erros. Ele contribuiu, sim, para piorar nossa situação financeira. Mas temos que valorizar o fato de ele ter sido o único a segurar o rojão quando estávamos na segunda divisão estadual. Não merecia sair do clube do modo como aconteceu. Consigo contar pelo menos uns 3 ex-presidentes que mereciam muito mais serem enxotados do Tricolor. O gesto de Bohlen foi gigante ao renunciar e deverá ser lembrado com honra no futuro.
A Rubens Bohlen, meu muito obrigado por ter dirigido meu Paraná clube que amo. Temos um grande paranista a menos na presidência, mas ganhamos de volta um grande paranista a mais na arquibancada.
Vejo você na Vila! (mesmo de portões fechados)
–
Henrique Ventura
@henventura
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