Não é segredo que tenho reservas quanto ao trabalho de Nedo Xavier no Paraná Clube. Mas esperei os tão falados dez dias de pausa entre jogos para ter meu parecer. E hoje vou tentar avaliar de forma isenta o que deu certo e o que ainda falta melhorar no time para crescer na série B.
Pontos negativos
1 – O elenco é, realmente, carente de opções para alternância tática. Se precisar soltar os laterais, falta qualidade no apoio. Se precisar de fôlego novo na armação, só temos um meia raçudo mas grosso de bola, outro meia com muita qualidade tecnica mas engessado pela displicência e mais um meia que cliente fiel do Depto. Médico.
E a zaga então…vem se segurando aos trancos e barrancos com o surpreendente Luis Felipe.
A informação que tenho é que o clube está em busca de mais um meia e um zagueiro. Mas não dá para contar com o “SE vier”…
A solução que a comissão tecnica vai ter que procurar pra isso é a polivalência de alguns atletas. Luciano Castan veio como solução para a zaga, mas também quebraria um galho na lateral esquerda, função qur também parece ser a de Rafael Carioca. Ricardinho tem destaque tanto na lateral quanto na volância. Lucas Pará tem pinta de segundo atacante, mas pode ajudar na armação fazendo as vezes de meia armador.
2 – Posicionamento: num primeiro momento, parece que o time de Nedo Xavier joga com os atletas próximos um ao outro, quase como numa Gralha Mecânica. Mas ao decorrer do jogo vemos que o time se comporta como uma matilha assustada com rojões. Ainda faltam inversões rápidas de jogadas, triangulações objetivas e posicionamento na segunda bola defensiva.
3 – Capricho no último passe: dos três gols contra o Mogi Mirim, apenas um resultou de um passe certo (e QUE lançamento do Vianandowski). Dois gols foram mais mérito de quem acreditou no rebote do que real concretização de jogadas. Também era algo que a comissão técnica deveria ter ajeitado nessa pausa, já.
Pontos positivos
1 – Segunda bola ofensiva: o que citei logo acima como ponto negativo também vale como ponto positivo. O “abafa” nos ataques tricolores se mostrou mais povoado, tanto que resultou em dois gols. Isso pode ainda ser aprimorado de modo a evitar contra ataques, mas esse fator já aparece como uma possibilidade maior de pressão sobre o adversário.
2 – Poder de reação: um time apático e que escapou de uma goleada no primeiro tempo deu lugar a um time mais atento e voluptuoso na etapa final. Com a fragilidade do adversario, isso bastou para conseguir a virada com folga, e contra oponentes mais fortes seria um bom pré-requisito.
Quantitativamente, parece que há mais pontos negativos que positivos, e há de se considerar que mesmo os pontos positivos foram levantados contra o então saco de pancadas de competição – o que também não é tão ruim assim, tendo em vista nossa fama de Robin Hood. Mas são todos fatores plenamente trabalháveis, basta a comissão técnica se atentar a eles.
Quanto às nossas reais possibilidades no campeonato, ainda não dá para saber. Mas nossas chances de algum sucesso são maiores se o planejamento for feito pensando semPRe no jogo seguinte e, de preferência, minimizando os erros.
Vejo você na Vila!
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Henrique Ventura
@henventura
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