Nesta semana o torcedor paranista levou mais uma lapada na orelha com a notícia de que o jogo de maior apelo desta série B foi tirado da Vila Capanema e levado para Cariacica (ES).
Acredito que a repercussão tomada já abordou quase tudo que se tinha para comentar sobre o assunto. O Paraná Clube não vive há tempos uma situação financeira confortável e todo dinheiro é bem vindo.
Mas, por outro lado, o torcedor paranista acumula uma série nefasta de desgostos e decepções e sentiria-se com um ânimo de cisne ao poder ver em sua segunda casa um embate de seu time do coração tentando derrubar mais um time nojento do eixo, como nos velhos tempos. Ter essa possibilidade de último alento de 2016 definitivamente tirada de suas mãos é um golpe duro no paranismo.
Não são poucos os amigos paranistas que vi levando a sério a ideia de cancelar seus planos de sócio. E, o pior, não são tricolores dos mais volúveis, mas gente que já vi fazer inumeras loucuras por esse clube. É algo nada legal, mas que é um fator considerável de alerta à diretoria. Porque, pior do que uma geração ausente de paranistas, estamos vendo nascer uma geração de paranistas indiferentes, como meio de autodefesa aos desgostos. Aí mora um perigo imenso.
Com um resquício de empatia por quem escolheu estar na diretoria segurando – de forma certa ou errada – o rojão, eu juro que compreendo o desespero de tomar a medida de vender o mando de campo (assim como vai me restar compreender mais um aluguel da Vila aos poodles em outubro). Na verdade, até acho louvável a tentativa de buscar recursos (ainda que eu considere essa forma errada) sem ser no Game Shark buscando o mecenas Carlos Werner.
Mas o que eu questiono é: se a folha de funcionamento do clube fosse pensada antes de modo a fazer o dinheiro durar até dezembro, será que essa venda de mando seria tão necessária assim? É um erro para tentar reparar outro erro. Que é decorrente dos erros de criar expectativas na torcida e centralizar a confiança do futebol em uma pessoa só. Aí sobra para os paranistas, que se f*dem. Além disso, a nota oficial para anunciar a decisão fala em transparência, mas só saiu depois que a notícia vazou (e o dinheiro já foi utilizado antes da divulgação também).
Ao torcedor, resta-me fazer a homenagem e o seguinte lembrete: a indignação por essa medida é extremamente justa, assim como o desânimo. Mas isso não pode ser perene. Essa não é a primeira decepção que esse time lazarento irá causar na gente e, infelizmente, também não é a última. Desistir só piora as coisas e atrai uma parcela de fração ideal de culpa para nós também. Ser paranista já é assumir que tudo vai ser mais sofrido, mais batalhado, mais tortuoso. Mas saber ter a experança de que um dia tudo isso vai valer à pena.
Por exemplo, por mais indignados que estejamos, mente quem diz que não está REALMENTE nem aí para o jogo de hoje e mentirá ainda mais quem disser que não vai ficar contente com uma eventual vitória contra o Goiás (ou qualquer outra vitória que ainda virá).
Mas, por enquanto, já que a decisão da diretoria em vender mando de campo nos f*deu, fica nessa coluna (atenção nas iniciais do título) e na música abaixo (“Foxtrot Uniform Charlie Kilo” com alusões de duplo sentido como “estimular a ostra com um foguetinho” ou “preencher o encaixe do pudim”, além da óbvia deixa do título) minha homenagem a todos nós, tricolores, que sentimo-nos violados pelo ocorrido.
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