PARABÉNS AOS ENVOLVIDOS
Consumado o rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro, diversas postagens de paranistas em redes sociais foram com os dizeres “Parabéns aos envolvidos” ou algo similar. Realmente merecem os parabéns por cumprirem plenamente a cartilha do que não deve ser feito, culminando com o rebaixamento que, a quem percebia o que acontecia, parecia algo anunciado. Não faltou aviso, mas a turma de puxa saco, que diminuiu com o tempo, estava sempre ali presente.
No que tange à temporada iniciada em 2020, logo percebemos a total inexistência de planejamento, e não estamos falando de algo mal feito, mas de uma situação de nenhum planejamento. Para ocultar este fato, a diretoria inventou uma cortina de fumaça com um possível investimento russo que nunca fez nenhum sentido e obviamente não se concretizou. Isso era evidente e avisamos nas colunas “Alerta ligado” e “Maquiagem Covid-19”, disponíveis AQUI e AQUI.
Algo que começa sem planejamento, tende a dar errado na sequência, o que pôde ser visto com o fraquíssimo elenco montado para a temporada, contratações estapafúrdias, falta de critério nas demissões e escolhas de treinadores, etc.
Inequívoco o erro na demissão do técnico Allan Aal, que vinha fazendo um bom trabalho como o time extremamente limitado que lhe foi ofertado. Na sequência, buscaram o treinador Rogério Micale, de estilo totalmente adverso do seu antecessor, mudando toda a estrutura e padrão de jogo do time. A passagem deste culminou com um retumbante insucesso e demissão pela falta de resultados. Na sequência, a tentativa com Dal Pozzo, novamente com estilo contrário ao anterior que, como esperado, não deu certo. Por fim, a troca de comando técnico por Marcio Coelho, que nem cabe comentários, haja vista que sequer fez um único bom trabalho na carreira, mas deve ter sido o único que aceitou entrar no barco furado. Percebe-se que não havia nenhum critério de estilo de jogo ou análise de elenco para a contratação dos treinadores após a equivocada demissão de Aal, haja vista que possuíam estilos diferentes (primando pela ofensividade ou sistemas mais defensivos), não aproveitaram o elenco de forma adequada e, consequentemente, não conseguiram resultados minimamente aceitáveis.
Ainda nos problemas do time, mesmo com os bons resultados conquistados no início da competição, eram gritantes as falhas do goleiro Alisson em chutes de muito longe, bem como o fraco aproveitamento dos jogadores de ataque, que não foram solucionados ao longo da competição. Quanto aos goleiros, o reserva imediato, Marcos, teve diversas falhas gritantes e a demora para trazer o goleiro Renan – que melhorou, mas não resolveu- denotam a dificuldade na posição ao longo de toda a competição.
Se no extremo defensivo a situação foi ruim, a outra extremidade foi ainda pior. O fraco Bruno Gomes conseguia fazer raros gols, sendo auxiliado por Andrey e Gabriel Pires, que pouco contribuíam no aspecto ofensivo. Ao longo da competição foram feitas diversas tentativas, com jogadores fracos e que em nenhum momento deram respostas positivas, sendo que em todo o segundo turno apenas um gol foi marcado por jogadores de ataque. O ápice desta piora se observa com o fato de que no jogo derradeiro contra o Oeste, o time tinha apenas um centroavante vindo da suburbana nos relacionados. Repetindo: suburbana.
No aspecto das contratações, limitando-se às feitas já no decorrer da série B, foram contratados para o setor ofensivo Bruno Xavier, Léo Castro, Andrew, Matheus Matias, Bruno Lopes, entre outros que sequer jogaram, sem que nenhum desse o mínimo retorno dentro de campo. Vitinho se arrastou dentro de campo nas raras aparições na meia cancha. Para a defesa, Philipe Maia e Rafael Lima não demostraram qualquer melhora para o setor do que aqueles que já integravam o elenco, bem como o zagueiro Roberto vindo do Internacional que pouco jogou antes de se lesionar.
Outra coisa que não começou bem e terminou de forma pior foi a intervenção do grupo denominado Paranistas do Bem que, ao longo de sua participação, descobrimos que se tratavam dos “Parasitas dos bens”. Um golpe não poderia terminar bem, né? O tal karma. Carlos Werner saiu do clube levando nosso Centro de Treinamento à tiracolo, ex-presidente Miranda fazendo acordo em uma causa ganha por furo em venda de jogador (Thiago Neves), outros recebendo valores a título de prestação de serviços, pessoas ligadas à organizada comemorando eleições do Conselho Deliberativo do clube em meio ao caos, se preocupando com o aparelhamento necessário para que tomassem o poder no clube. Estes também devem ser creditados como envolvidos nesse rebaixamento junto ao covarde Sr. Leonardo Oliveira, o “testa de ferro” deste grupo, que disse que o Paraná nunca mais ficaria 10 anos na Série B e, infelizmente, cumpriu sua promessa.
Por fim, não podemos esquecer de dar parabéns também aos “NÃO” envolvidos. Neste aspecto nos referimos àqueles que, mesmo tendo possibilidade, se afastaram do clube, não se habilitaram para votar e participar da vida política do clube, àqueles que mesmo tendo possibilidade de voto se eximiram, ou que através do voto nestes envolvidos chancelaram toda esta palhaçada que se tornou a situação interna do clube. Apesar de uma ínfima parcela de culpa, também merecem que sejam mencionados.
Chegamos à Série C e não achem que é o fundo do poço, pois não é. A coisa toda ainda pode piorar, tendo em vista o que vem acontecendo no aspecto político do Paraná Clube. Olhem bem as peças se mexendo agora e lembrem dos nomes envolvidos nessa derrocada para que a história não se repita. Parabéns aos envolvidos e aos “não” envolvidos!
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