FUGIMOS PRO PINHEIRÃO
Eu e meu irmão morávamos com a minha avó e tínhamos mudado para Curitiba há pouco tempo. Ele, com 12 anos, era atleticano. Eu, com 10, era paranista. Nunca tínhamos ido a um jogo. Só sabíamos aonde era o Pinheirão porque da entrada da escola dava pra ver a gigantesca estrutura das sociais.
Sem permissão pra ir, fomos amadurecendo um plano. Até chegar no dia “D”: Athletico e Paraná pelo paranaense de 1998. Dissemos pra vó que íamos à casa dos amigos e zarpamos pro estádio debaixo de muita chuva.
No primeiro tempo ficamos juntos na torcida do Athletico, que era o mandante. Quando fui no banheiro, percebi que havia uma passagem pra chegar na torcida visitante por uma espécie de fosso.
Combinei com meu irmão e fui pra lá. Lembro da minha vibração no gol de falta do Lúcio Flavio. Meu irmão deve ter feito o mesmo no gol de empate do Tuta. O reencontrando do lado de fora foi memorável, duas crianças de alma lavada.
Por Marcio Mittelbach
Foto – A estrutura das sociais do Estádio. / Divulgação
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