A idade já se faz avançada em mim e o desalento encontra substrato para se aninhar. Durante toda minha existência vivenciei muitas coisas boas e também ruins. Nem sempre soube aproveitar com plenitude os bons momentos, enquanto sempre amarguei muito as decepções, invariavelmente de difícil sublimação, para mim. Nunca empinei papagaio, alguma outra coisa até empinei e continuo a empinar, mas não tenho mais podido empertigar a flâmula paranista, que carrego flácida, sem vivacidade, como, aliás, tenho carregado o peso dos insucessos tricolores, em meu estado de ânimo em fase depressiva.
Falando em empinar o pavilhão Tricolor, ando mesmo com saudade, tal qual tantos paranistas, de desfraldar o referido estandarte e erguê-lo bem alto, para vê-lo tremular, plenamente enfunado e imponente, glorificado, vitorioso, respeitado, exaltado, adorado, a ostentar aos quatros ventos o nosso orgulho, as nossas conquistas, que de há muito não têm sido vistas, como vem se depauperando a memória de todas as nossas glórias.
Agora, ausentes as alvíssaras da nossa Gralha, que não mais alça vôos aos céus das conquistas, ansiamos, todos, quais eu mesmo, em particular, por voltar a desfrutar de nossos bons momentos, desde que não sejam esporádicos, para não dizer raros, como têm sido, sem a necessária consistência para auferir lauréis, que deveriam vir em profusão, para serem gravados no peito de nosso manto sagrado.
Enquanto não vêm os tais motivos de júbilo, vou prometendo, de mim para mim mesmo, que, se voltarem, saberei, agora sim, tirar todo o proveito possível. Por outro lado, justamente porque não nos chega a satisfação do bem a que anelamos, só me resta sofrer, como tem acontecido a tantos outros paranistas desconsolados, que se encontram, tal qual me vejo, no limite da frustração e da falta de esperança, patinando no interstício do desânimo e o do desespero.
Não queria que fosse assim o meu texto da semana, mas não consigo empinar minha fé, quando vejo que o time não consegue se afirmar, como recentemente voltou a demonstrar, ao tropeçar em Cianorte (isto para não falar do também recente e reprisado vexame no “pinga mijo”).
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