Nada mais para ser feito…

ventura

Um pouco aturdido, outro tanto desanimado, frustrado, revoltado, tenho que admitir que o Paraná Clube chegou aonde precisava chegar, para a sacudida crucial.

Pecado, que tenhamos que passar pelo vexame do rebaixamento em um campeonato de extrema fragilidade técnica (e nem mesmo a casca da melancia é lá grandes coisas, apesar de passar a impressão de estar jogando “por música”, no setor de meio-campo e ataque, possuindo claudicante setor defensivo, só não mais vazado porque os demais times são muito fracos, mesmo; inclusive o miolo da tal fruta aguada).

O clube precisava sofrer tal hecatombe, para que remodelasse toda a sua estrutura (moral, inclusive).  Ao menos, é o que nos resta esperar que aconteça, pois, há anos em crise, nada tem sido feito ao longo de tanto tempo para deflagrar eventual bonança.

E que a bonança, efetivamente, venha, neste pós-pranto, e sem tardança, para que aqueles que ainda permaneciam fiéis até a funesta tarde de ontem não debandem, a exemplo do que vimos acontecer, no tal interregno de total impotência, em que, gradativa e conspicuamente, a torcida foi evanescendo, até se resumir a mil, talvez a dois, quiçá três mil testemunhas vivas do que vinha acontecendo pelas paragens da Vila Capanema, fruto da repetitiva inépcia dos inermes mal-administradores encastelados na Kennedy, mesmo que dizendo-se apaixonados pelo Tricolor.

Com o resultado que ninguém admitia que merecêssemos sucedesse, nada mais pode ser feito para se evitar o rebaixamento.  Nem mesmo sonhar (o ato de sonhar nos levou à ilusão de que tudo poderia se ajeitar, o que não se realizou) com um revés para o Rio Branco, no Tribunal Desportivo, a nível de recurso, por mais que exista aí uma pequena centelha de esperança; mas, isto sim, se há esperança, então, é exigência que se pare de sonhar e que os administradores façam-se redimidos e redivivos, atuando com argumentos fáticos e jurídicos junto à referida Corte, com esta certeza de que nada mais pode ser feito para a salvação, a não ser uma atuação efetivamente contundente, máscula, honesta, maiúscula, lúcida e impositiva, nesse momento de “tapetão” e doravante, em tudo quanto se relacione ao Tricolor do Paraná, que está carregando a pecha de pequeno neste instante de aturdimento, em que se vê abandonado a um destino-conseqüência de caminhos mal-trilhados por aqueles que deveriam conduzi-lo aos píncaros da glória, mas, ao invés disso, lançaram-no em trevas das mais abissais.



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