Esperei a semana inteira que o dia chegasse. Ansiei pela chegada da noite, no dia. E chegou a noite e eu mal podia aguardar o horário do jogo. Eram o sangue e a alma paranistas a se agitarem dentro de mim. Estava temeroso; estava esperançoso. Começou a partida, e a esperança tomava mais vulto: o adversário parecia ser fraco. Logo, logo, contudo, a preocupação volta a bater à porta do coração sofrido, com o time errando passes, perdendo conduções e propiciando, com isso, o avanço ameaçador de um adversário que, a princípio, não deveria ter nada de ameaçador.
O nosso Tricolor acabou passando a impressão de que era o mesmo time a nos causar tanta dor, em episódios recentes, que queremos esquecer. Não tardou a deixar o adversário chegar ao gol, em dois impedimentos, é verdade, mas em momentos de bobeira inaceitável, fruto de um posicionamento voltado somente para auferir um empate, somado aos tantos erros de passe, condução e interceptação. Por sorte, um dos gols irregulares o bandeirinha impugnou e tivemos presença de espírito para reagir.
Ricardo Pinto, apesar de, inicialmente, pretender levar dali apenas um empate (e queremos ser considerados time grande!), fez substituições vitais, sacando do time dois dos jogadores mais destoantes, em especial Thiago Santos, que não esteve nada bem. Some-se a isso um pouco de teimosia nas jogadas somente pela direita, o que acabou resultando no rápido gol de empate (e Kelvin, apesar de não estar driblando ninguém – parece, mesmo, estar se poupando para sua ida às terras de além-mar –, tornou-se um grande articulador de jogadas, com passes bastante úteis, como o que resultou no gol, seu mesmo, com a precisão que sabe imprimir aos seus chutes).
Achei que o Wellington estava um pouco preso atrás e tinha somente cobrado algumas faltas, sem muita qualidade. Faltavam os seus invejáveis chutes a gol, em jogadas de bola correndo. E pensei nisto, desejando que começasse a chutar, bem no instante em que ele pegou a bola, passou-a, recebeu-a de volta e chutou, assustando o goleiro, que rebateu para a cabeça de Léo, com o resultado que todos, felizes, conhecemos.
Mas não pensemos que já renasceu o Paraná Clube que queremos! Enquanto presenciarmos partidas em que o time se apresente moroso, errando passes, jogando excessivamente atrás, levando sustos de adversários de pouca expressão, não devemos nos empolgar. Nem nego que já nutro um pouco de euforia e ilusão ou esperança de que tudo vai ser bem melhor, ou até ideal, no que restou deste 2011, mas procuro manter em alerta a razão, deixando de lado o romantismo em achar que agora tudo está bem. Vamos com calma, pois. É justo que tenhamos em nós a ânsia de poder “lavar a alma”; contudo, devemos conter o calor das emoções, ao menos neste início, para que não venhamos a nos chocar com eventual “ducha fria”.
Esperemos o jogo contra a Portuguesa, que vem se achando a tal, depois do primeiro jogo. Em tal momento, poderemos aquilatar um pouco melhor as nossas possibilidades (da torcida, inclusive) e, se tudo der certo, vem a chance de ainda maior aprimoramento nos jogos seguintes, contra Americana e Salgueiro (se não me engano), que tendem a ser partidas mais tranqüilas e, portanto, hábeis à avaliação de nosso potencial: se ganharmos bem, tudo estará bem, sem dúvida nenhuma. Mantenhamos a Fé, e nela a Esperança. Apoiemos o time, pelo menos nos jogos em casa, com todo o afinco, com toda a vontade de vencer e de sermos felizes, mas ponhamos limite à nossa empolgação: vamos com Fé; e com calma!
Henrique, o Sênior – 22.05.2011.
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