Na minha coluna da semana passada abordei os pontos positivos do estilo de jogo que o time estava adotando, enalteci atuações individuais e previ um futuro interessante a ser vislumbrado no fim do ano. Mas hoje é dia de apontar o que não pode mais acontecer neste campeonato (e em outros que despertem alguma ambição na equipe).
O que Ronaldo Mendes e Rubinho tem de bom futebol, tiveram de displicência contra o Oeste. Tentativas falhas de dribles despretensiosos, disputas atrasadas de bola, falta de capricho nos arremates. O esquema de Dado Cavalcanti é extremamente dependente da boa atuação destes dois atletas. Se eles vão mal tecnicamente ou atrapalham taticamente ao “se enfiarem” na zaga adversária, o esquema desmorona, porque os volantes e Lucio Flavio ficam sem ter com quem sair jogando – a exemplo do que acontecia no esquema de Toninho Cecílio. Aliás, o próprio maestro Tricolor teve, no fim do jogo, a chance de “estufar” o goleiro adversário, mas dividiu o lance sem vigor e a bola cruzou a área sem ter ninguém que a direcionasse ao gol.
O treinador, também, precisa reconhecer a má jornada deles e o fracasso pontual do esquema na partida. Contra São Caetano e Oeste, por exemplo, visivelmente Ronaldo Mendes ficou sem função tática definida e, ao abrir para receber nas pontas, abria uma lacuna no meio de campo e no miolo da zaga adversária. Cenário perfeito para a entrada de Carlinhos, que acabou sendo acionado somente nos minutos derradeiros, tempo insuficiente para analisar algum efeito. Esse tipo de resistência precisa parar de acontecer. A propósito, também é hora de reavaliar a titularidade de Paulinho…
Falando em treinador, lamentável perder para o time de Roberto Cavalo. Não analiso a atuação e os aspectos táticos do treinador, apenas a chaga que ele representa em nossa história, ao montar aquele ridículo time do começo de 2011.
Detalhes técnicos e táticos à parte, o fato mais grave a ser estancado é perder pontos contra times exóticos. Time que sobe atropela adversários como os dois últimos, independente de qualquer dificuldade de gramado, arbitragem ou condição climática. Em 2010, por exemplo, tiramos pontos de todos os times que subiram. Por que não ficamos entre eles ao final daquele ano? Por que perdemos pontos demais em jogos exatamente semelhantes ao destas 2ª e 3ª rodadas. Se quisermos subir, temos que atropelar times pequenos e sem qualidade técnica, tanto em casa quanto fora.
Ainda continuo acreditando no acesso, creio que vem sendo quase tudo feito direitinho para o êxito maior no final do ano. Mas, para que este objetivo seja atingido, os aspectos aqui criticados nunca mais podem acontecer.
Corneta do bem
Parafraseando o amigo Luis Batista em seu blog no globoesporte.com, minha corneta do bem de hoje vai para os torcedores mais “céticos” às ações do clube. Concordo que estamos carentes de ações efetivas e contundentes trabalhando a imagem da instituição e sua relação com o torcedor, mas temos que saber valorizar e reconhecer as pequenas ações que agregam à nossa identificação. O SemPRe em Casa – telão armado nos jogos fora de casa – ser transferido da Kennedy para a Vila Capanema é um exemplo. Temos (ainda) em mãos um estádio que já sediou Copa do Mundo e que sempre foi pouco explorado para cativar a torcida. Qualquer medida que venha a utilizá-lo mais terá o meu apoio. É claro que o evento ainda tem alguns pontos negativos, ainda é desconfortável e carece de melhoras expressivas, que aposto que estão sendo discutidas entre o pessoal do Marketing e a “alta cúpula” da diretoria.
Agora, o que não pode acontecer é incentivar – ainda que de forma velada – o boicote a tal evento, como eu vi acontecer em profusão nas redes sociais nesta semana. Entendo que o torcedor tem todo o direito de criticar as ações, isso acaba contribuindo para a diretoria entender que algo (quem dera fosse pouca coisa…) não vai bem em suas ações. Mas criticar é saudável, propor boicote é remar contra. Também espero que isso nunca mais aconteça.
Por hoje é isso. Vejo você na Vila.
Henrique Ventura
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