Céu sem cor

ventura

Como o nobre leitor paranista pode perceber, normalmente meus títulos de coluna sobre o Tricolor possuem nomes ou trechos de músicas. E, não raro, costumo até usar algumas músicas como tema principal, inclusive. E, hoje, chegou a vez de uma das bandas que embalaram minha adolescência.

O conjunto curitibano Pelebrói Não Sei compôs essa obra-prima que combina com qualquer fossa. Na música “Céu sem cor”, em resumo, o eu lírico mostra tudo o que fez para mudar para melhor sua relação com a suposta companheira. Deixa claro em todas as estrofes da canção. “Agora que preparo a janta, não me tens amor”; “Agora que eu lavo a roupa, não me tratas bem”; “Agora que preparo o almoço, você me abandonou”. No final da música, o autor cita o suicídio da companheira.

Nesse vídeo, você pode conferir uma versão ao vivo dessa obra-prima do cenário musical curitiboca – Fonte: Canal “querorock” no YouTube

 

Transferindo para a nossa realidade, podemos fazer um paralelo. O autor somos nós, a torcida paranista. O Paraná Clube é a companheira que semPRe pediu que nós fizéssemos algo pela relação.

Um ex-vice-presidente falastrão teve a cara de pau de ir aos microfones e falar que “O Paraná está abandonado!”. O que a torcida fez em resposta? Lotou a Vila, PATROCINOU (Fúria, Paranautas, Dr. Tricolor…) o clube, lotou setores visitantes em outros estádios, recepcionou os boleiros no aeroporto após uma série ruim de resultados.

Quebramos todos os paradigmas, fizemos a nossa parte. E no fim, o que aconteceu? O time se entregou. “Se matou”. Nos termos da música, seria equivalente ao trecho final: “Lembrando de uma tarde quente em que uma cerveja nos apresentou / agora que limpo o banheiro você se matou…”. Imaginávamos um dia 30 de novembro com céu azul e uma festa do nosso acesso. Mas teremos – independente de condição climática – um céu cinzento, sem cor, modorrento e melancólico.

Definitivamente, faltou pressão pra essa boleirada. A montagem do elenco foi muito boa, mas sua condução foi extremamente falha. E só o que faltava era que viesse alguém dizer que é culpa da omissão da torcida. Ainda bem que ninguém veio com essa asneira.

Você pode imaginar que, com isso, estou dizendo que foi à toa todo nosso esforço, certo? Errado. TUDO valeu a pena, tudo soma. Demos um passo enorme com a mobilização desse ano, desde que ela não pare. Mas isso é papo para uma outra coluna.

2014

Já é hora de pensar no ano que vem. Pelo andar da carruagem, Dado Cavalcanti e Alex Brasil vão trocar de ares (mas não pra muito longe, se é que me entende). Seria perfeito que o treinador pernambucano permanecesse no comando técnico. Mais calejado, estaria “na ponta dos cascos” para conduzir um grupo vencedor no ano que vem. Mas, pelo jeito, não vai acontecer. Para reparar essa perda, a diretoria deveria ir urgentemente atrás de Marquinhos Santos. Dentro da nossa realidade financeira e, principalmente, estrutural, é o nome mais adequado na minha opinião (e na de muita gente que respira o Tricolor). Se Dado realmente for embora, resta agradecê-lo pela esperança que ele criou na nossa torcida e pelo respeito pelas nossas cores. Que ele seja feliz ao longo de sua carreira, que tem tudo para ser vitoriosa. Menos quando ele treinar algum rival nosso.

E quanto ao elenco, esse ano ficou provado que nem sempre a idade avançada é sinônimo de soma ao grupo. No ano que vem, essa mescla de experiência e juventude precisará de sérios ajustes. Afinal, nunca vi jogador “experiente” que não faz cera, né?

Vila Capanema

Exagerada demais a repercussão dos problemas constatados em NOSSO estádio após o jogo da última quarta-feira, entre o Flamengo original e sua cópia das Araucárias. Não é segredo para ninguém que a Vila se trata de uma praça esportiva antiga e com poucas possibilidades de aprimoramento definitivo. Logo, cabe ao responsável pelo evento realizar os ajustes necessários ao porte do espetáculo a ser realizado. Se você vai receber 10 visitas em sua casa alugada e só há 06 cadeiras, o mínimo que você deve fazer é correr atrás de, pelo menos, mais 04 banquetas. Mas se nosso inquilino não se coçou para isso é ele quem deve receber os “louros” das críticas, e não a praça esportiva em si, que merece respeito por toda sua história, a despeito de todas suas deficiências estruturais. Respeito, aliás, que muitos profissionais da imprensa não tiveram, ao deixar seus respectivos locais de trabalho semelhantes aos campos de Waterloo: devastados (lixo no chão, escarros, móveis quebrados…). Tiveram dificuldade pra trabalhar? É bem feito! Que me perdoem os (proporcionalmente poucos) bons profissionais pela generalização. E lamento profundamente pelos profissionais que tiveram equipamentos furtados. Lamentável o desleixo do inquilino pedante, que deveria ter providenciado segurança adequada. A nós, os proprietários do barracão de zinco alugado, só resta lamentar e pedir desculpas por tê-lo alugado para uma gente tão irresponsável.

 

Vejo você na Vila.

 

Henrique Ventura

@henventura

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