É soado o gongo. Acabou o intervalo. Os oponentes enfileiram-se no outro canto do ringue e chegou a hora de o Paraná Clube voltar à batalha. Uma luta inglória pela volta àquele lugarzinho ao sol, pelo fim de tanta vergonha, humilhação e fracos resultados. Pela volta às glórias e à hegemonia deste estado.
Como já falei na minha penúltima coluna do ano passado, 2013 – apesar do gosto amargo do não-acesso – foi um ano essencial na nossa história. Muita gente que não pisava na Vila há mais de dez anos voltou a frequentar aquele território sagrado. Setores de torcida e diretoria mostraram uma união ímpar e incondicional ao longo do ano. Tudo isso não gerou resultado imediato em campo, mas certamente somou e ainda somará muito à nossa restruturação.
Em 2014 as dificuldades continuarão sendo grandes. Ainda temos entraves financeiros, estruturais, administrativos e até sentimentais que impõem ainda mais obstáculos para a busca dos objetivos. Mas existe gente competente e comprometida na diretoria disposta a trabalhar de forma dupla: enquanto saneia, na medida do possível, todos esses problemas, dá um jeito de proporcionar que tudo corra da melhor maneira possível no planejamento para este ano, principalmente no que se refere aos resultados no futebol, que é o que mais interessa.
Ao torcedor, cabe continuar apoiando ou apoiar mais. Nunca é demais ressaltar que qualquer nova iniciativa, dentro da capacidade de cada um, é válida. Desde comprar um produto oficial na loja do clube, passando por ir mais frequentemente aos jogos, tornar-se sócio-torcedor ou até mesmo virar sócio-olímpico. Cada um sabe onde aperta seu calo, mas se achar uma brechinha a mais para forçar mais um passo na caminhada, certamente será mais um paranista remando junto ao retorno às conquistas.
Hoje, 19:30h, recomeça a batalha. A Vila Capanema espera ansiosa por sua nação. Deixe de lado aquela inércia pós-ressaca de fim de ano e prestigie o NOSSO Tricolor!
Mudanças
O presidente é o mesmo da gestão anterior, mas as mudanças na diretoria são significativas. Ao que tudo indica, nesta gestão, o lema é profissionalizar cada vez mais o clube – sem deixar de lado a essência do paranismo que move a intenção de cada ação. Boa sorte a todos os diretores desse biênio, que tragam muito progresso a nossa instituição.
Quanto às mudanças mais específicas do futebol, creio que a maioria é louvável. Roque Junior tem livre circulação entre os melhores contatos do mundo do futebol, tem prestígio conquistado ao longo da carreira como atleta e parece ser um diretor remunerado extremamente estudioso e consciente. Faz bem, também, ter um dirigente “passional” (e, no caso, racional também) mais próximo do departamento, ainda mais quando esse cara é o Celso Bittencourt. Quanto ao técnico, confesso que inicialmente torci o nariz, por não compreender exatamente o critério de sua contratação. Mas, hoje, creio que a diretoria agiu bem ao contratá-lo. Se é para apostar em alguém, é melhor apostar em quem solidifica seus conhecimentos do que em alguém que, talvez por sorte, tenha dado certo em um clube menor.
E quanto ao elenco, só é de se lamentar, mesmo, a saída de Moacir e a falta de um centroavante fatal. As renovações vieram bem a calhar e os reforços foram bem observados. Os jogadores emprestados podem render dinheiro em eventuais negociações sem o clube ter gastado um centavo sequer. Isso mostra seriedade e conhecimento de causa no trabalho.
Aluguel da Vila Capanema
Nas redes sociais e rodas de bar isso foi muito discutido nos últimos dias. Pretensiosamente, resumo a situação. A diretoria tem motivos compreensíveis para negociar novamente com o Atlético Paranaense o aluguel de nosso estádio (por exemplo, informações extra-oficiais dão conta de que o valor da dívida do aluguel da final da Copa do Brasil somado ao valor dos dois alugueis recém-acertados pode chegar a até 20% da folha salarial do elenco do campeonato estadual), isso deve ser reconhecido.
Porém, o rival ao qual estamos “dando uma colher de chá” é notório por nos difamar, diminuir, escarnear, rebaixar, criticar veladamente. Por isso, a diretoria não pode julgar a torcida por não gostar disso e deve entender as críticas recebidas e a revolta de forma natural. Afinal, paixão de torcedor não se mede, não se explica, não se critica. A ela apenas se reverencia.
Vejo você na Vila!
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Henrique Ventura
@henventura
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