Rodízio, carta ou buffet?

ventura

Na última quinta-feira o Paraná Clube conseguiu a façanha de perder para o modestíssimo e limitado Maringá em casa. As desculpas apontadas pela imprensa e pela torcida foram muitas. Desde o frango bizarro de Marcos no início do jogo até o rodízio completo que nosso técnico* instituiu, passando pela falta de ritmo de jogo. Em véspera de clássico, acho bom analisarmos isso.

Começamos pelo frangaço do nosso goleirão. É claro que foi o gol que definiu o resultado do jogo, mas daí a culpá-lo pelo resultado é outra história. Poxa, o gol foi a dois minutos de jogo. Com outros 88 jogáveis, o time foi incapaz de virar a partida.

Quanto à falta de ritmo, não dá para apontar como fator decisivo também. O jogo não foi de correria e o adversário não exigia tanto entrosamento nosso assim nas jogadas.

Por último, o “rodízio” – a não ser pela ausência de Lucio Flavio e pela preguiça de Fernando Gabriel – não foi determinante, pois oportunidades foram criadas e mesmo assim o gol não saiu. A grande verdade é que o padrão que Milton Mendes quer imprimir no time é dinâmico só no papel. Na prática, as tabelas e jogadas de lado não acontecem como deveriam e isso deve ser avaliado pela comissão técnica e pela diretoria urgentemente, bem como a adoção do esquema tático, que deixa uma cratera no meio de campo.

Entendo que precisamos ter paciência, o ano não se resume ao campeonato paranaense (embora eu pense que temos OBRIGAÇÃO de vencê-lo, principalmente para chamar mais torcedores de volta), que – por exemplo – o rodízio de jogadores nessas duas primeiras rodadas terá bons frutos num futuro breve. Mas os erros de formatação do time e de preguiça de alguns jogadores precisam ser corrigidos imediatamente.

Temos todos os problemas decorrentes de um começo de temporada e de um técnico inexperiente. Mas nenhum deles servirá de desculpa ou alento se não vencermos o clássico de hoje. É obrigação surrar o timinho verde. Pela falta de caráter ao aliciar nosso técnico de 2013 com o Campeonato Brasileiro em andamento. Pela falta de caráter ao aliciar nosso lateral direito até hoje, jogando nas “entrelinhas” para tentar tê-lo de graça, já que são um bando de quebrados que devem para o elenco e para meio mundo e não tem dinheiro para bancar a multa.

Se perder algum clássico nesse ruralito, o ano do Paraná Clube já começa muito mal. Perder pro Maringá em começo de temporada é compreensível, dá pra engolir. Mas perder algum clássico pro time B de um time que já é horrível com o “A” é inadmissível e não tem desculpa que justifique isso. Pra cima deles, Tricolor! Seja com rodízio de jogadores ou com carta pra escolher a comida, hoje um item é obrigatório no buffet: alface.

*Na entrevista coletiva, Milton Mendes deixou claro que a decisão de alternar jogadores foi tomada em conjunto com a diretoria. Mesmo assim, coloquei no texto como iniciativa dele porque foi ele quem escalou.

Vejo você na Vila!

Henrique Ventura

@henventura

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