A coluna de hoje é mais direta que as minhas outras. Quem acompanha meus textos sabe que, desde a primeira rodada, minha opinião é de que nossa meta principal nessa série B deve ser a dos cinquenta pontos, pra fugir da terceirona.
Mas vamos encarar a realidade. Na atual conjuntura, provavelmente nem a esses cinquenta pontos chegaremos. E não é nem uma questão de mera qualidade do elenco, que – no papel – é digno de meio de tabela. É uma questão de conjuntura. De tendência. De ares. Chegamos ao ponto em que semPRe esperamos o pior acontecer. Se a bola quica na nossa área, já esperamos que sobre pro adversário. Se um jogador bom tem chances de sair, já esperamos que ele saia. E esse estado de espírito atinge, também, a boleirada.
Muito dessa aura se deve à nossa expectativa de retorno à série A. Quando a vemos ser frustrada mais uma vez, o desânimo se potencializa e piora as coisas.
Por isso, o recado de agora é pra diretoria. O Paraná Clube que outrora conhecemos não existe mais. Um novo precisa ser reinventado. Mas o modo como o outro surgirá depende muito dos rumos a serem definidos nessa parada para a Copa do Mundo.
A diretoria vai seguir gastando “os tubos” alimentando em si mesma e na torcida a falsa ilusão de série A, correndo o sério risco de insucesso mesmo assim, bem como o risco de afastar de vez a torcida e os investidores?
Ou vai entrar em acordo com metade do elenco (tchau, Edson Sitta!) e mandar embora para diminuir custos, manter – das “referências caras” – só Lúcio Flávio, Cambará e Marcos e adotar um discurso aberto e sincero de que a coisa está feia e que a meta é pagar contas e evitar cair mais uma divisão para começar 2015 (ou 2016….) de forma mais sólida e que, desse modo, conta com a ajuda da torcida para evitar um mal maior?
Esse ano, mesmo com o elenco de 2006, estaríamos nessa situação. Os jogadores entram em campo dispersos e desanimados porque não estão pensando só em jogar bola (e uma parcela de culpa desse desânimo é, também, culpa deles! Não só da diretoria e da torcida…). Mudando o foco e o astral talvez todos se sensibilizem mais.
Antes de terminar, friso: não estou falando que admitir que a briga é para não cair à série C é achar o acesso impossível (vide Chapecoense ano passado). Mas trata-se de jogar limpo com a torcida, atletas e potenciais investidores. É muito mais fácil e barato.
Agora é com a diretoria….Rubens, Casinha, Aldo e Celso: vocês acreditam, de verdade, que temos condições de mirar o acesso nesse ano ou será que está, mesmo, na hora de rever essa postura?
17 anos do Pentacampeonato Paranaense
Há exatos 17 anos o Paraná Clube se tornava o último pentacampeão estadual. Lembro como se fosse agora do quão contrariado estava por não ter ido à Vila Olímpica de “La BomBoquera” (meu pai tinha um compromisso em pleno fim de semana no campus São José da PUC) e do quanto eu sentia um misto de alegria e angústia cada vez que ouvia foguetes comemorando os três gols e, depois, o fim do jogo, enquanto eu brincava sozinho (e emburrado!) de jogar futebol com uma pinha seca. Lembrar dessa data com carinho, nos tempos de hoje, não é só querer que aqueles tempos voltem. Mas que, no futuro, tenhamos tempos ainda melhores que aqueles.
Coluna do domingo passado
Recebi comentários, em número similar, de apoio e de repúdio à minha coluna de semana passada. Faço questão de resumí-la. Se você não se sente à vontade de acompanhar o clube de perto, pelo menos não o desvalorize com comentários e ainda mais pessimismo, porque isso só piora as coisas e atinge principalmente quem acompanha de perto e está tentando mudar a situação. Mas, se você estiver disposto a fazer parte da solução, seja bem-vindo.
–
Vejo você na Vila!
—
Henrique Ventura
@henventura
Todos os domingos, aqui na Paranautas.
Já baixou o app da Paranautas? Baixe agora e fique por dentro de todas as novidades do Tricolor e da Paranautas:
*Nota: O conteúdo postado neste espaço (colunas) é de responsabilidade exclusiva do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Paranautas sobre os temas aqui abordados.