Steh auf, wenn du am Boden bist

A Copa do Mundo está acabando. Hoje, Alemanha e Argentina decidem quem fica com a taça. Com o fim do torneio da FIFA, voltamos a focar na nossa realidade futebolística cotidiana, o Paraná Clube. E o que já começa a vir com ela? A eterna crise financeira, uma posição trágica na tabela e mais fiascos como notícia. Mas na coluna de hoje uso no título uma música do país da seleção que surrou o Brasil nas semifinais da Copa do Mundo para incentivar algo que nos leve a superar tudo isso.

 

Nessa música da banda de rock alemã Die Toten Hosen fala-se, em tradução livre, de levantar-se e recomeçar quando as coisas parecem estar insuportavelmente, irreversivelmente ruins. Em tradução livre, o velho clichê “Levante-se, quando estiver junto ao chão”. Parece até que se encaixa com a nossa situação. Todo dia tem boleiro e funcionário (com razão!) reclamando do atraso de salários. Todo dia inflama mais um apêndice do nosso caos financeiro. Em todo jogo acontece uma cagada que prejudica os resultados. Estamos no chão. Quase indo para baixo dele.

E então que agora é que não é a hora de desistir. E quando falo de não desistir nem me refiro a um eventual e quase utópico acesso à série A. Falo da sobrevivência do Paraná Clube. Viramos esta parada para a Copa junto ao chão e as notícias mostram que não mudou muita coisa no clube como se esperava. Mesmo assim, temos de acreditar. Não porque temos motivos concretos para isso, mas porque o torcedor é a única peça que pode evitar a morte definitiva do Tricolor. O momento do Paraná é tal que apenas dois milagres salvam nossa situação: um milagre nos resultados de campo – e isso depende também de os jogadores ignorarem as pendências financeiras – ou um milagre financeiro.

A série B recomeça terça-feira. É a chance de o Paraná Clube apagar tudo de ruim que já aconteceu nesse ano, reerguer-se e superar todas as dificuldades fazendo uma campanha digna, com raça, atenção, qualidade e, principalmente, respeito à torcida. Quanto maior a intensidade nesses quesitos, melhor o resultado no final. Peço aos jogadores que entrem atentos em campo. Às vezes parece que falta aquela pontinha a mais de dedicação e capricho nos lances porque provavelmente o que passa, inconscientemente, na cabeça é que “se formos mal, paciência, qualquer coisa colocamos a culpa no atraso de salários”. Ignorem isso, a torcida sofre com os maus resultados e ela também quer e cobra que a situação de vocês se resolva.

E cabe à torcida também ignorar todos os desgostos e seguir acreditando. Seja acompanhando no estádio, seja comprando produtos oficiais, seja com apresentação e discussão de ideias viáveis (embora quase semPRe o clube tenha um pretexto para não aceitá-las) ou nem que seja apenas assistindo jogos pelo payperview mas com muita esperança e positividade (sim, cheguei ao ponto de pedir isso…). Não se exima de participar e ajudar o clube com o que estiver ao seu alcance. A instituição já perdeu credibilidade, mas a sobrevivência dela continua dependendo do torcedor. Vamos lá, que esse reinício de campeonato nos traga boas surpresas, e possamos nos levantar e seguir em frente.

Reafirmo e peço novamente ao torcedor. É difícil, mas não desista. Não peço isso pela diretoria, pelos jogadores, ou pelo clube em si. Peço por nós. Porque se já é ruim sofrer pelo Paraná Clube, provavelmente deve ser pior conviver com a sua ausência definitiva. Vamos acreditar que as coisas podem melhorar. Afinal, como se diz na música que intitula esta coluna, de algum modo ainda há de se seguir em adiante (“…es wird schon irgendwie weiter gehen”).

Vejo você na Vila!

Henrique Ventura

@henventura

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