Falar do extra-campo paranista está até virando rotina. Portanto, para dar uma variada, pausa nos perrengues fora das quatro linhas para comentar o excelente trabalho que o Kloppdinei (ou simplesmente Claudinei de Oliveira) fez durante a pausa para a Copa das Cópulas. O time que, até a décima rodada, parecia um amontoado disperso em campo, mostrou consistência e bom toque de bola nas duas últimas partidas, apesar dos resultados desagradáveis.
Porém, o treinador foi ajudado na decisão do esquema a ser escolhido nestas duas peleias em questão, porque tratavam-se de jogos fora de casa. Reconhecendo as limitações do elenco que tem em mãos, Claudinei fez o básico: povoou o meio de campo com volantes e encurtou os espaços do adversário fazendo o time jogar sem a bola usando apenas um terço do campo. Dos limões que tem ao seu dispor, até que fez uma bela limonada.
Esquema utilizado nas duas últimas partidas: consistência defensiva e boas opções na saída de bola. Faltou só um pouco mais de capricho…
Como retratado no campinho rústico acima, o treinador, ao mesmo tempo, congestionou o meio de campo, ganhou as sobras, sem perder o escape para os contra-ataques. Com o surpreendente Ricardinho encostando na entrada da área e a onipresença dos garotos Marcos Serrato e Lucas Otávio, Lucio Flavio ganhou espaço e tempo para fazer a bola girar entre os setores da equipe. Faltou só um pouco mais de capricho na “última bola”.
Ok. Mas isso aconteceu em jogos fora de casa, onde a pressão pelo ataque é teoricamente do mandante. Mas e como manter essa consistência jogando na Vila Capanema, onde a torcida não vai ter a paciência de ver o time jogar aguardando para sair “na boa”? Claudinei tem duas opções. Ou mantém o esquema, esperando por fazer um gol no primeiro quarto do jogo para jogar a pressão para o adversário, ou faz um leve ajuste na sua “limonada”.
Sugestão de ajuste para os jogos em casa: troca de bola mais rápida e corredor livre para os laterais.
Embora o time acima seja teoricamente mais lento, principalmente pela entrada de Thiago Humberto, a disposição com três volantes e dois meias permite uma troca mais rápida de bola, viabilizando ultrapassagens mais frequentes dos laterais – especialmente Breno – ou até mesmo de um dos volantes (Marcos Serrato e Ricardinho chegam bem à frente). Optando por Julio Cesar para fazer a função de meia-atacante, os contra-ataques tendem a ser mais agudos. Por outro lado, com Thiago Humberto o espaço aberto pelas trocas de bola seria melhor aproveitado nos chutes de média distância – que foram muito recorrentes no jogo contra a Portuguesa.
De qualquer modo, apesar dos resultados e da situação na tabela, a atuação das últimas partidas reacende a esperança de ainda vermos o Tricolor fazendo uma campanha digna em 2014. Com Claudinei, a missão de manter essa evolução.
Aliás, independente da situação, a primeira meta “intra-campo” da diretoria já para 2015 deveria começar agora: manter este treinador. Se o Paraná tem alguma chance de qualquer coisa nesse campeonato, é graças a ele.
Vejo você na Vila!
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Henrique Ventura
@henventura
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