Sem água para as visitas

ventura

É impressionante como o Paraná não consegue ter um fim de ano decente para planejar cirurgicamente o ano seguinte. Tivesse o Tricolor ganhado do Vasco, manteria a distância de 5 pontos para a ZR restando apenas 5 rodadas. Mas – com a interferência da arbitragem, que deixou Guiñazu e Aranda baterem o jogo inteiro e não teve a mesma complacência com Cleiton – mais uma vez o time foi incapaz de matar o jogo ou segurar o resultado. Mais um empate sofrido nos instantes finais.

Apesar dessa constatação trágica, há o que se comemorar. Sim! Somamos mais um ponto e estamos invictos em casa desde o retorno da ~Copa das Copas~. Ok, ficamos a 3 pontos da ZR e nos pontos corridos 1 vitória e 2 derrotas valem mais do que três empates, apesar da igual pontuação.

Mas quer dar valor a esses empates em casa – especialmente contra Vasco, Avaí, América e Ceará? Então imagine quão trágico seria se, ao invés de empates, obtivéssemos derrotas nesses jogos. Estaríamos fatalmente na ZR.

E o ponto mais positivo dessa série invicta na Vila Capanema é que estamos descobrindo o primeiro objetivo de campo para 2015. Considerando que a outra meta deve ser focar no saneamento das finanças e, consequentemente, com isso fica muito difícil disputar títulos ou o acesso, a direção e a comissão técnica deveriam traçar como objetivo em 2015 perder menos de 3 jogos em casa durante o ano, ou algo assim. Nos últimos anos, boa parte dos fracassos pode ser debitada na conta das derrotas em casa. Times vinham aqui e faziam a festa. Desde a retomada desse segundo semestre, isso acabou e estou gostando dessa situação.

Ser imbatível em casa é o primeiro passo para passar credibilidade à torcida. Não falo nem de obter só vitórias, porque para isso é necessário um elenco acima da média, que dificilmente teremos condições de bancar tão cedo. Mas falo de não perder. Não deixar ninguém fazer festa aqui.

É educado oferecer mimos para as visitas. Mas, para o Paraná Clube, está na hora de colocar a vassoura de ponta-cabeça atrás da porta. Chega de mordomia para os visitantes. É hora de o Tricolor se identificar como um anfitrião temível, chato, duro de vencer. Isso é, sim, possível com as devidas dedicação e estratégia.

Vejo você na Vila!

Henrique Ventura

@henventura

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