Durante toda a primeira fase da ChamPINHÃOs League, o Paraná penou com as jogadas de bola parada em sua área. Dos gols tomados na fase em questão, a maior parte foi assim. Falta ou escanteio pro adversário, bola alçada na área, gol dos caras. Ou ainda gols em que o oponente chegava trabalhando a bola com facilidade e pegava a zaga de lado. Há 3 jogos – contando a Copa do Brasil – isso não acontece.
Parece que Luciano Gusso tem trabalhado isso com intensidade nos treinos. Além disso, o principal fator que vem contribuindo para essa melhoria no setor defensivo é o crescimento monstruoso do garoto Jean. Aliando paradoxalmente obediência tática e onipresença, o prata da casa com passagem pelo futebol argentino sai vencedor de quase todas as divididas na proteção à zaga. Além disso, antecipa-se bem quando é requisitado no primeiro combate do meio de campo e tem qualidade na saída de bola. Como Jean está suspenso para o próximo jogo, Gusso terá que quebrar a cabeça para manter uma boa proteção à zaga mesmo sem esse leão em campo.
De qualquer modo, ao que parece, a zaga está arrumada. Qualidade do Jean à parte, há de se ressaltar a sintonia entre Cleiton e Luis Felipe e a obediência e sincronia dos laterais Netinho e Bruninho, que dosam as subidas ao ataque de acordo com o posicionamento do lateral do lado oposto.
Mas, se por um lado, a “cozinha” está em ordem, o “jardim” do ataque está bagunçado. A melhor atuação ofensiva do Tricolor foi contra o Maringá, quando os dois atacantes de então – Rossi e Paulo Henrique – marcaram gols.
Tal ineficiência não pode ser colocada apenas na conta dos jogadores de frente, embora eles venham sendo pouco agudos, de fato. Outros fatores vem atrapalhando. Ricardinho vem sendo um jogador muito importante. Mas quando ele se atira muito ao ataque e fica por lá, facilita o encaixe da marcação adversária e, pior, desfalca o meio de campo, sobrecarregando Lucio Flavio na armação e Jean e Marcos Paulo na marcação.
Além disso, Marcos Paulo e Ricardinho devem alternar as subidas e Lucio Flavio deve jogar um pouco mais recuado, mais de frente para o jogo. No segundo tempo do jogo contra o Operario, foi nítida a melhora do time quando isso aconteceu.
E, por fim, os atacantes precisam estar mais atentos aos erros do adversario. Os escorregões e furadas da zaga alheia não vem sendo aproveitados como seriam pelo oponente se fossem na nossa zaga. Carlinhos, que vem sendo nosso atacante de referencia mais utilizado, não consegue emendar uma sequencia de boas atuações.
No segundo jogo das quartas-de-final, nosso treinador vai ter que quebrar a cabeça bastante para acertar isso. Tanto para encontrar um jeito de compensar a saída de Jean, quanto para acertar o ataque – ainda por cima sem o Rossi. Quem sabe uma dupla ofensiva com Yan Philipe e Carlinhos ou Osmar seja a tentativa mais simples. Para a temporada, é nítido que necessitamos de reforço nesse setor.
Independente disso, ter mais um mês de calendario com arrecadação garantido passa pela classificação na próxima quarta-feira. Embora o jogo seja difícil e o nosso time vá desfalcado, o Paraná precisa fazer valer o fato de ser o time grande do confronto, entrar em campo com determinação e objetividade, amedrontar o adversário. Contamos com isso.
Vejo você na Vila!
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Henrique Ventura
@henventura
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