Corporativismo

ventura

Quando uma determinada pessoa adota uma postura de tomar atitudes que beneficiem pessoas com algo em comum a ela acontece algo que chamamos de corporativismo. Uma defesa de classe. E é assim que parece agir nosso estagiário treinador interino Fernando Miguel.

É verdade que, nas rodadas que antecederam sua saída (que, aliás, segue parcialmente inexplicada), Fernando Diniz vinha teimando com algumas peças de sua confiança – improvisando peças de forma duvidosa e preterindo atletas das posições que poderiam tornar o time mais coeso. Mas ainda assim o time sabia o que fazer com a bola, jogava coletivamente, embora pecasse apenas nos dois últimos toques. E, diante dessas improvisações, descobriu-se um talento oculto de Fernandes e dos Rafaéis Costa e Carioca, pois nesses casos foi algo estudado de acordo com a característica dos jogadores.

Mas o que o Fernando Miguel fez com o time é algo absurdo, primário. O elenco, que já é limitado, perdeu o padrão coletivo que tinha. As jogadas perderam fluidez e a movimentação do time passou a ser similar à da época de Nedo Xavier. Pensando em se aprimorar, procurou seguir alguns dos passos de Fernando Diniz. Mas seguiu logo os errados. A defesa possui os mesmos defeitos de seis, sete rodadas atrás. Coincidência ou não (e eu acho que não é), com Anderson Uchoa improvisado na última linha defensiva, seja como lateral, seja como zagueiro, as bolas aéreas sempre encontram espaço farto na cozinha paranista.

Aliás, essa improvisação do volante Uchoa, embora herdada do treinador anterior, retrata o corporativismo de Fernando Miguel. Volante de origem enquanto jogador, o autor daquele gol histórico no Couto Pereira parece continuar gostando demais da posição em sua nova carreira. Não houve uma rodada, desde que assumiu o comando técnico, que ele não tenha escalado o time com menos de quatro volantes. E isso que estou sendo bonzinho e considerando que Ricardinho é um volante já adaptado de vez como lateral.

Não há necessidade para escalar quatro volantes por jogo. Jean ou Fernandes, Rafael Costa, Eder e Rosinei (aliás, outra insistência irritante e inexplicável) na última partida. Para quê? E aí Ricardinho se lesiona, e, mesmo tendo um lateral da posição (Crhystian), Fernando Miguel improvisa mais um volante. Será que essa é a ideia de filosofia de trabalho dele para o resto de carreira? Se for, está indo por um péssimo caminho.

Ou Fernando Miguel tem um sério caso de corporativismo junto aos volantes, ou ainda vai precisar ficar muito tempo só como auxiliar técnico para aprender a corrigir seus pontos de vista táticos, sob risco de condenar a própria carreira a uma coleção de trabalhos ruins.

Extra-campo

Bem durante o período de problemas técnicos do site, as discussões extra-campo do Paraná Clube pegaram fogo. A alienação da sede da Kennedy foi discutida e aprovada nos conselhos Consultivo e Deliberativo. Mas os problemas vieram até a calhar, porque tenho minha opinião sobre isso e acabaria comentando de forma acalorada aqui com o assunto ainda “fresco”, mas agora só vou emití-la de forma complet – e de cabeça mais fria – após o evento de amanhã, “Paraná Clube Transparente”, aberto a todos os sócios adimplentes do Tricolor, na sede da Kennedy. Eu irei e creio que todo paranista preocupado com o futuro do nosso clube deveria fazer um esforço para comparecer também.

Vejo você na Vila!

Henrique Ventura

@henventura

Todos os domingos, aqui na Paranautas



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