Por que acreditar?

ventura

Como esperado, o Paraná está classificado em primeiro lugar para as quartas-de-final do Pinhalito®. E pela terceira vez desde 2014 pegamos o timinho do fim da rua no mata-mata desse campeonato que definha financeiramente e em apelo. Tanto para os paranistas quanto para os poodles, passam na cabeça os filmes de 2014 e 2016, em que vencemos os arrogantes na primeira fase e fomos eliminados  por eles na fase eliminatória (2014, quartas-de-final e 2016, semifinal).

Apesar de passar todo esse filme, podemos, sim, acreditar que a história pode ter um novo final. Explico os motivos citando, por vezes, peculiaridades de cada caso.

1) Rendimento do time: Em 2014, nosso time classificou-se “com as calças na mão”, apesar de ter passado em primeiro após a goleada sobre os poodles. Fora de campo, os salários atrasados geraram uma grande insatisfação que culminou no corpo mole descarado de muitos atletas. Além disso, Milton Mendes, que já não convencia no comando técnico, afastou o melhor jogador do time às vésperas do jogo da volta e terminou de desestabilizar a equipe. O resultado foi uma eliminação vergonhosa em casa.

Em 2016 a equipe comandada por Claudinei Oliveira teve um inicio avassalador, mas já vinha apresentando sinais de declínio, especialmente pelo esquema tático já manjado e pela falta de reposição à altura no banco de reservas, desgastando os titulares. Tanto que, por pouco, o time não deixou escapar pelos dedos uma vantagem de 3×0 adquirida no jogo de ida contra o Foz. Na semifinal, chegou à Vila podendo reverter o 2×1 da ida graças à falta de mira dos poodles e a uma atuação estupenda de Marcos.

Em 2017, o time titular pode até não ser nada extraordinário, mas o elenco é mais homogêneo e isso permitiu um rodízio ao longo desses três primeiros meses do ano. Com o rodízio, todo mundo pegou ritmo de jogo, todo o elenco entendeu a proposta do treinador e o time considerado titular (e até mesmo o reserva) teve a possibilidade de fazer uma boa progressão física, técnica e tática. O resultado é que vimos um Paraná que oscilou muito pouco de janeiro até agora e que entra no mata-mata sabendo de suas virtudes, de seus defeitos e pronto para encarar qualquer parada e mantendo o brio.

2) Clima de “já ganhou”: Em 2014, a goleada, associada ao time sub23 dos adversarios e à vitória no primeiro jogo, fez todo mundo acreditar que o confronto já estava ganho. Eis que vimos Marcos Guilherme, Brinner, Giancarlo, Naylhor e Roniery nos brindarem com um belo fiasco na Vila. Em 2016, o início avassalador de ano associado ao rendimento dos poodles, mesmo com o time titular, ao longo de toda a primeira fase do campeonato foram motivos para acreditarmos que a semifinal era nossa. Nem mesmo os atleticanos botavam fé na classificação. A eliminação nos penaltis doeu em nós e deu força a eles para levarem o caneco sobre o time verde.

Em 2017, nós já estamos calejados e cientes de que bastam dois jogos com resultados ruins para tudo ruir. Já estamos cientes de que os poodles já passaram por duas fases de mata-mata na pré-libertadores e que tem um time 15x mais caro que o nosso e damos o devido respeito ao confronto, jogando até um pouco do favoritismo para eles. Enquanto isso, eles – e a maioria dos espectadores em geral – dão como certos novo triunfo e nova classificação. Nas entrevistas, os atleticanos dão toda hora a entender que no mata-mata eles vão levar a classificação de novo só porque levaram nas duas últimas vezes. E toda pessoa que vejo falar sobre as nossas quartas-de-final, atleticana ou não, fala “você viu só? O atlético vai passar de fase de novo!”. Filhos da puta! Tudo está indicando para enchermos aquela “barrinha de raiva” e, no fim da história, a gente há de poder jogar tudo na cara desses incrédulos!

3) Profissionalismo, adaptação financeira, resultados até aqui e expectativa para a temporada: o trabalho que Rodrigo Pastana, Tcheco e a comissão técnica vem realizando surpreende muito. Buscou-se não prometer nada – nem título, nem acesso -, as contratações vieram bem selecionadas, há atletas da base integrados ao elenco e a folha salarial aparenta ser coerente com nossa realidade financeira. O resultado dessa equação toda é muito acima do esperado. E não falo só do início no campeonato paranaense, mas também na Primeira ninguém Liga e na Copa do Brasil. Há muito tempo não recebíamos um aporte tão significativo proveniente de premiação. Além disso, enfrentamos até agora seis equipes de séries A ou B em sete jogos e temos um rendimento de mais de 51% (digno de briga pelo G4, num campeonato com pontos corridos) com 3 vitórias, 2 derrotas e 2 empates.

Escrevi tudo isso para mostrar por que motivos devemos acreditar que em 2017 o desfecho do confronto contra os poodles pode ser diferente. Não quer dizer que estou cravando que classificaremos. Podemos perder? Podemos. Podemos cair fora? Podemos. Se acontecer, será o fim do mundo, será um motivo para reformular todo um trabalho? Não. Aí é que está. Se perdermos o primeiro jogo, temos que acreditar que podemos reverter no jogo de volta. Se perdermos o confronto e cairmos fora, digerir a derrota (na boa, já passamos fiasco pior e ainda estamos aqui, em pé) e apoiar o resto da temporada.

Mas devemos, mesmo, acreditar com toda força na classificação, apoiando até o último minuto. No futebol, tudo é realmente possível. E, se a classificação vier (AMÉM!), cabe a nós também mantermos os pés no chão até atingirmos todos nossos objetivos.

PRa cima, Tricolor!!

Vejo você na Vila!



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