Verão de 92

O ano incluso neste título pode induzir o leitor paranista a achar que tratarei de uma conquista Tricolor. Mero engano, até porque aquela taça memorável de 1992 veio no inverno.

Aproveito o clima de Copa do Mundo, que vem chegando ao fim, para falar da conquista da Dinamarca na Eurocopa de 1992 – retratada no filme homônimo desta coluna (particularmente, um dos melhores – se não o melhor – sobre futebol a que eu já assisti) – e no que podemos nos espelhar dela para o restante desta temporada. Vou falar, basicamente, fazendo paralelos com o filme, já que ele retrata fielmente muitos acontecimentos da época.
No filme dinamarquês de Kasper Barfoed, o treinador Richard Moeller Nielsen tem uma série de empecilhos para treinar a Dinamarca. No rescaldo dos insucessos após a estonteante Dinamáquina de 1986, o descrédito era geral no país e na federação. E não era diferente com o trabalho do treinador. Demitido após falhar na qualificação para a Euro 92, foi readmitido às pressas quando veio o convite decorrente da exclusão da então Iugoslávia. Mas eram nítidas suas dificuldades com o elenco e, principalmente, com a safra da geração. Para piorar, não podia contar com o mais célebre dos irmãos Laudrup, Michael. Em situação caricaturada no filme, o lateral Faxe não parecia nada confiável.
No Paraná de 2018, Rogério Micale parece contar com o apoio da diretoria. Mas essa confiança não transparece em certos setores da torcida e até da imprensa. E, mesmo assim, ele vem fazendo seu melhor e dando coesão a um elenco montado pelo departamento de futebol de forma horrorosa ao longo do ano. E, assim como na seleção nórdica de 92, as laterais do time preocupam.
Na seleção dinamarquesa de 1992 despontava um grande goleiro que, cá entre nós, para mim é o melhor que já vi jogar: Peter Schmeichel. No Paraná de 2018 temos Thiago Rodrigues em excelente fase e, fazendo sua sombra, Richard, heroi do nosso acesso que já mostrou ser digno de confiança.
Todos os prognósticos prévios da Euro 92 apontavam que a Dinamarca não faria mais que três jogos. Mas, sob o comando de Moeller-Nielsen, ela passou de fase, eliminou as favoritas Holanda e Alemanha e venceu o torneio, calando a todos os críticos e até ao mais pessimista torcedor.
Cabe a Rogerio Micale também seguir seu insistente e competente trabalho para, no final do ano, dar ao Paraná Clube de 2018 um final feliz como o do time de Richard Moeller Nielsen e somar mais esta coincidência. Para isso, é importante que a diretoria paranista mantenha as convicções e, consequentemente, o treinador no cargo. Esperamos que o final esportivo seja igualmente feliz.


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