Festa no Apocalipse

Amigo paranista, você lembra o quão emocionante foi vivenciar o acesso depois de dez anos de série B e, mais do que isso, depois de passarmos por tantos vexames extra-campo que nos fizeram perder a fé na perenidade do clube?

Hoje o Paraná Clube vive uma situação de pontuação quase irreversível para escapar do retorno à série B. Embora eu, passionalmente, acredite enquanto houver chance matemática, não alimento essa ilusão nem para mim e nem pretendo alimentá-la para a nação tricolor também. Já sabiámos que seria difícil o Brasileirão desse ano para nós, mas os inúmeros erros da montagem do elenco fizeram com que tivéssemos realmente muito pouco o que comemorar em 2018.

Mas o que devemos fazer, então? Cobrar da diretoria as devidas mudanças para que tenhamos um 2019 muito melhor que esse? Com certeza! Mas nos momentos certos. O setorista da rádio Banda B, Felipe Dahlke, fez uma bela análise (clique aqui para ver) ao destruir o discurso automático de muitos paranistas desesperados que vinham dizendo que “não deveria nem ter subido”. Tinha que ter subido, sim, foi orgásmico comemorar o acesso e, para as finanças do clube, também foi muito bom.

O que eu proponho é que tomemos como objetivo “curtir” o que resta dessa série A. Vamos seguir apoiando a nossa camisa, porque ninguém vai honrá-la mais do que nós mesmos. Aproveitar esse ritual de ir aos jogos enquanto ainda eles são às quartas e domingos. E torcer para termos algumas vitórias memoráveis, para que possamos ter algumas boas lembranças desse Brasileirão de 2018.

Perdemos muitos jogos, de fato. O elenco também não está à altura da série A que pretendíamos. Mas, convenhamos, apesar de tudo isso, foram pouquíssimas as partidas em que o time tomou um passeio de bola. Com exceção do 3×0 para o Palmeiras e o 4×0 para o Corinthians, o Paraná Clube vendeu caro suas derrotas e, apesar da ruindade, mostrou brio em campo. Um brio que, se incentivado a ser mantido, poderá nos trazer ainda algumas vitórias que sirvam de belos souvenires.

Não deixe seu paranismo arrefecer por causa do provável rebaixamento. Já passamos por coisa muito pior nos últimos anos e, mesmo assim, mostramos que somos capazes de dar a volta por cima. Por isso, estufe seu peito, levante a cabeça, tire o cheiro de naftalina das camisas em seu guarda-roupas. Zoe aquele seu amiguinho coxa-branca que achou que ia subir com o pé nas costas, mas que está com o time à beira da falência.

Arrote aos quatro ventos seu orgulho de ser paranista, faça a sua festa no nosso apocalipse de rendimento porque, se, hoje, estamos tendo a oportunidade de estarmos entre os 20 principais times do Brasil, é porque fomos muito resistentes e batalhamos muito para isso.

Vejo você na Vila!

 



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