Coluna História do Paraná Clube

Na década de 20 os funcionários da Rede Ferroviária disputavam animadas partidas de futebol no campo próximo ao pátio de manobras da Rede e essas partidas valiam uns pastéis e um barril de chopp e o vencedor levava tudo.

Com o passar do tempo mais times eram formados por setores da Rede Ferroviária e os torneios tinham cada vez mais times. Então surgiu a idéia de fazer uma equipe para disputar o campeonato amador e no dia 12 de fevereiro de 1930, na residência do Sr. Ludovico Bradalize, nascia o Clube Atlético Ferroviário.

O clube foi conquistando seu espaço e surgiu a idéia da construção de um Estádio, e incentivado pelo empreiteiro Reinaldo Thá, que prestava serviços à Rede Ferroviária, o superintendente da empresa, Durival de Britto e Silva, entusiasmou-se com o projeto feito pelo arquiteto Rubens Maister, projetista da construtora Thá. O presidente do Ferroviário Heron Wanderley achou ótimo a idéia de Reinaldo Thá, mas avisou que o Ferroviário não dispunha de recursos para a execução da obra. Como o então coronel Durival Britto também informou que a Rede não poderia bancar uma parada daquele porte, o dinâmico Reinaldo Thá pegou o pião na unha e foi à luta, atrás do dinheiro, do material e da mão-de-obra para fazer o estádio.

O Estádio era o mais moderno e imponente que impressionou a Curitiba da década de 40 e era o 3° maior estádio particular da época, e para essa inauguração contou com a presença do governador do estado do Paraná, Moisés Lupion.

Para enfrentar o Ferroviário veio o poderoso time do Fluminense, campeão carioca de 1946, e tinha craques como Ademir Menezes, a Queixada e o lateral Bigode e que integrariam a seleção na Copa do Mundo de 1950 e a partida foi realizada em uma 5ª-feira à noite e serviu para testar o sistema de iluminação da Vila.

O atacante do Fluminense Careca fez o primeiro gol do Estádio e Izualdo fez o gol do Ferroviário, no final Fluminense 5 a 1.

A equipe do Ferroviário jogou com  Pianowski, Fedato e Biguá; Nelsinho Ferreira (Nelson) e Janguinho; Zequinha, Emédio (Cecílio), Izualdo, Darci e Rosinha.

Quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 1950, a CBD, então Confederação Brasileira de Desportes, incluiu Curitiba para ser uma das sub-sedes, pois a cidade tinha o 3° maior estádio do País. Entre os membros da comissão de vistoria estava o paranaense Mozart Giorgio, nascido na zona do Tigre e torcedor do Britânia, que prestava serviços na CBD e o estádio foi aprovado por unanimidade.

No dia 25 de junho de 1950, um domingo frio e cinzento, precedido de um sábado chuvoso, aconteceria à primeira partida de uma Copa do Mundo na cidade de Curitiba. A cidade vivia um alvoroço nunca visto anteriormente. A partida entre a Espanha e USA, foi vencida pela “Fúria Espanhola”, por 3 a 1, e um público de 9.311 torcedores acompanhou a partida e a renda foi de Cr$ 398.180,00.

No dia 29 de junho de 1950, uma quinta-feira, Suécia e Paraguai empataram em 2 a 2, e o público presente ao estádio foi de 7.903 pagantes.

Tudo saiu conforme o planejado e a CBD enviou um fax a Federação Paranaense de Futebol congratulando pelo sucesso na organização dos dois jogos e o “Colosso de Vila Capanema”, entrava para a história das grandes Estádios do mundo.

Mas não era apenas o futebol que levava o público para a Vila Capanema, e por muitos anos as olimpíadas estudantis e militares eram realizadas nas dependências do Estádio. Eram provas de atletismo e corridas de bicicleta. A maior e melhor praça de esportes atendiam a todos públicos.

A Vila Capanema foi palco de grandes jogos e grandes finais de campeonatos, em 1950 o Ferroviário levou a melhor sobre o Coritiba e conquistou o título de 1950, também conhecido como “Ano Santo”.

Três anos mais tarde, no dia 28 de novembro de 1953, o Ferroviário conquistava o seu mais importante título, “Campeão do Centenário”, mais uma grande festa na Vila.

No dia 5 de dezembro de 1965 e Ferroviário conquistava mais um título no Estádio Durival de Britto, enfrentaria mais uma vez a equipe do Coritiba e com dez homens desde o primeiro tempo, ganho com um gol de Bídio, aos 10 minutos do 2° tempo e mais uma festa da torcida Tricolor.

Alguns fatos marcaram o Estádio Durival de Britto e Silva como o famoso “cai-cai”, do Cascavel na final do campeonato paranaense de 1980 contra o Colorado, viu também o preparador físico Luís Roberto Matter dar uma de zagueiro aos 43 minutos do segundo tempo, tirando a bola de dentro do gol e correndo para os vestiários.

Após muitos anos a festa da conquista de um campeonato voltou a ser comemorada na Vila Capanema onde 16 mil torcedores compareceram e viram o Paraná Clube ganhar do Matsubara por 3 a 1 e conquistar o título de campeão paranaense de 1993.

Em novembro de 2005, começaram as obras para ampliação da Vila Capanema, com a construção da Curva Norte e dos camarotes, e essa seria a primeira vez que teria uma ampliação no estádio desde sua construção na década de 40.

A reinauguração do novo Estádio Durival de Brito e Silva, aconteceu no dia 20 de setembro de 2006, no jogo entre Paraná Clube e Fortaleza.

Nesses 61 anos de história do querido Durival de Britto, teve muitas histórias pra contar, e muitas histórias serão contadas pelo nosso querido Paraná Clube.

23 de janeiro de 1947 – 23 de janeiro de 2020 – 73 anos de história

Parabéns Estádio Durival de Britto e Silva

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