Não é clássico… é uma guerra! – Coluna Gralha Marx

Tensão pré-clássico é algo esquisito e extraordinário. Há a dificuldade para dormir, há a cara amarrada a semana toda. A situação pode se agravar quando extremos se encontram. É o caso do Dérbi do Rebouças, duelo entre Paraná x Atlético-PR. Para início de conversa, são clubes que dividem a mesma rua, A Rua Engenheiros Rebouças. Rua nomeada por dois irmãos negros engenheiros e abolicionistas. Uma rua que recebe os dois extremos do futebol de Curitiba. No lado ferroviário da Rua, no número 1100, vive o clube descendente de diversos clubes fundados por operários e imigrantes, do qual herdou uma história rica dentro da cultura e do movimento operário curitibano. É um clube de massa, conhecido por seu vizinho como um clube de favelados ou até mesmo em outros tempos, eram chamados de negrinhos da Vila Capanema, ou negrinhos do Rio Belém. No final da mesma rua, temos o clube que ostenta o maior capital financeiro dentre os clubes curitibanos, conhecido por suas raízes elitistas. Dos anos 30 até os anos 70, era apenas um clube esquecido, a terceira (ou até mesma a quarta) força da capital, muito por conta da hegemonia conquistada pelo nosso antepassado, C.A. Ferroviário. Nos anos 90, quase foram à falência, levando uma incrível media de 800 pessoas em suas partidas. Mas mesmo assim, as raízes elitistas deste do clube são mantidas até os dias de hoje. Porém, tem uma massiva torcida periférica que luta para se apropriar de seu clube, torcida essa do qual simplesmente é impedida de adentrar as dependências de seu estádio para apoiar o time. A nova geração de torcedores desse clube, não merece menção nenhuma.

Como foi citado no ultimo paragrafo, o nosso rival quase foi a falência nos anos 90, porém a história de como eles chegaram a essa situação, de nada interessa, mas sim do papel do Paraná Clube nessa história. Como todos os paranistas sabem, nosso rival andava meio “quebrado”, e uma das pérolas desta época, foi o pedido de união do clube deles com o nosso Paraná, e é óbvio que este pedido foi negado, levando em conta as raízes opostas que cada clube representa. Anos mais tarde, o Atlético consegue se reestruturar, muito por conta do apoio oferecido pelo Paraná Clube para sua reestruturação. Após a virada do século, nos anos 2000, o tricolor começa a passar por dificuldades financeiras, causadas por péssimas gestões no final dos anos 90, mas infelizmente o Paraná não teve a mesma sorte que os atleticanos tiveram de ter um rival apoiando eles durante sua dificuldade, e vê o clube rubro negro virando as costas para essa situação, e mais uma vez, como sempre, foi nós por nós mesmos.

Para nós, paranistas, esse jogo é uma guerra dados os motivos e circunstâncias que a rivalidade chegou até o presente momento, principalmente no período pré-Copa do Mundo, com o surgimento da “nova geração atleticana”, do qual cisma em se sentirem superiores com seu patrimônio privado construído com dinheiro publico, para eles, o Atlético nasceu em 2001, alegando que o Paraná Clube jamais será um clube à altura de enfrentá-los. Muito por conta das dificuldades que o nosso clube enfrenta. Obviamente isso ocorre por conta do total desconhecimento da história de seu próprio clube, e por esse motivo, sempre alegam que este confronto não é um clássico… mera arrogância, muito comum e cultural para aqueles lados (ou talvez seja por conta da sua fidelidade ao rival verde? Pois um dos clubes fundadores do Atlético Paranaense, foi articulado por um coxa branca, talvez esse seja o motivo de tamanha idolatria um pelo outro).

Após a dissolução do Clube Atlético Ferroviário em 1971, a imprensa curitibana passou a idolatrá-los praticamente como um clube que “tomou” o espaço do Boca Negra. A imprensa simplesmente ignora os fatores históricos e a importância cultural que o tricolor tem para a nossa cidade e ignoram nossos feitos, sempre enaltecendo a “tradicionalidade” (muitas aspas nessa palavra para o lado rubro negro) dos nossos dois rivais.

Amanhã é jogo contra eles, mais um grande passo para reconquistar o nosso espaço no cenário futebolistico, espaço que é nosso por direito. Vamos fazer nossa voz ecoar por toda Arena BNDS e alcançar a vitória no grito e com alma do Paraná Clube, Desde o ano de nossa fundação, em 1989, até os dias de hoje. Torcemos e amaremos este time por nossa vida inteira e não serão crises que nos farão desanimar, muito menos os nossos rivais junto com a imprensa. Nosso clube é gigantesco e sempre será, pois temos história e tradição.

Gralha Marx



Já baixou o app da Paranautas? Baixe agora e fique por dentro de todas as novidades do Tricolor e da Paranautas:

Disponível no Google Play


*Nota: O conteúdo postado neste espaço (colunas) é de responsabilidade exclusiva do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Paranautas sobre os temas aqui abordados.

2 thoughts on “Não é clássico… é uma guerra! – Coluna Gralha Marx

Comments are closed.