Coluna Henrique Ventura

AGORA (SIM) É A HORA / ESTAMOS VOLTANDO – CARTA ABERTA À TORCIDA PARANISTA (E AO CARLOS WERNER)

Na última segunda-feira, Carlos Werner usou as redes sociais do Paraná Clube para passar uma mensagem à torcida paranista. Falando muito em sobrevivência, recomeço, salvação e, principalmente, mobilização.

Antes de prosseguir, a parte de agora da desse texto é ao autor da carta publicada no início da semana. Carlos, precisamos discordar de algumas coisas.
O Tricolor precisa, sim, de um salvador. Um ou mais. O Paraná Clube, hoje, é insolvente principalmente no quesito receitas. Tanto que a sede da Kennedy, sonho de venda de alguns e (finalmente e infelizmente) sob iminente condição de perda, é que foi capaz de sustentar – com as atividades que restaram – o funcionamento da instituição neste longo período sem jogos, sem apelo às adesões ao plano de sócios, sem apelo de patrocínio. Sustentou até com a reativação do futsal o sentimento de vivenciar o paranismo, pois nossa torcida ficou tão carente com a ausência do futebol de campo que seria capaz de atender em quantia considerável uma partida de par-ou-ímpar. Imaginemos só se a sede tivesse sido perdida em outro momento de nossa história….
Mas o funcionamento de sobrevivência, de abrir as portas todos os dias e ter alguma atividade, é pouco. Pois há dívidas impagáveis até mesmo com o próprio patrimônio.
Onde quero chegar com esse ponto? Que não se jogue, ainda que involuntariamente, na torcida o peso de sustentar financeiramente o clube. Quando se fala algo do tipo “não tem salvador, a salvação é só a torcida”, a mensagem subliminar que fica para muitos é essa. E a torcida já está machucada demais para estar sujeita a este tipo de interpretação e até mesmo ilusão. O Paraná Clube precisa de um salvador, precisa de uma venda digna de sua SAF, que seja, para tranquilizar os credores que honrosamente aguardam o que lhe é devido e sem necessariamente pulverizar mais um patrimônio. Precisa criar perspectiva de voltar a ter receita digna. Cabe à torcida saber cobrar isso sem mentalidade de rebanho, mas cabe aos gestores e demais envolvidos conduzir isso adequadamente.

Finalizado este aparte, preciso endossar que o clamor pela mobilização é fundamental, mesmo. O grande ponto da mensagem do Carlos Werner com que faço coro é que não há salvador que baste se a torcida não voltar a se importar. Se a torcida não se importar, como vamos esperar que os diversos setores da sociedade também se importem?
Estamos carentes, estamos machucados e magoados. Mas sabemos também que nossa torcida nunca precisou de muito para renovar suas esperanças. Desconheço qualquer outra torcida brasileira que passaria chorando pelo que estamos passando de cabeça erguida.

Algumas vezes ouvi que “se o Paraná não puder manter algo com participação exclusiva da sua torcida, esse algo não vale à pena”. É uma ponderação ousada, mas muito extremista, Se fosse assim, não faria sentido os coirmãos alugarem seus estadios para shows, por exemplo (incluso o show que a nossa torcida vai dar nas primeiras duas rodadas do campeonato que se avizinha).
O Paraná Clube está inserido no contexto da cidade de Curitiba, do estado do PARANÁ. Mais cedo ou mais tarde, somos obrigados a nos misturar.
Mas quem vai reforçar essa inserção no contexto é a nossa torcida. Somente nós podemos mostrar nossa força e dizer “não somos a Lusa/América/Juventus da praça futebolística”!

Sei que já se ouviu muito “a hora é agora” de forma até banal. Mas nunca estivemos tão próximos de um ponto de não-retorno. Agora, sim, É A HORA. Vamos acreditar. Vamos nos importar. Vamos participar e vibrar. E levar o máximo de lotação possível a todos os jogos e honrar nosso nome em tudo que levar nossas cores.
Seguimos respirando. E, com um passo de cada vez, voltaremos a andar com passos mais firmes. Depende também de nós.

ESTAMOSVOLTANDO

Por Henrique Ventura



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